sexta-feira, outubro 31, 2008

PEDRA DA TUMBA

Alguém disse certa vez que viveremos mil anos e não deixaremos de nos surpreender com as pessoas e com o mundo em geral.

É o que vem acontecendo comigo em relação à Rivas Neto e a OICD há, pelo menos, dez anos.

Hoje, ao verificar meus e-mails, deparei-me com a informação, de fonte fidedigna, que no rito de Exu realizado recentemente nas dependências da FTU/OICD, houve, o que outrora Arapiaga tratava de "coisa do baixo astral", "prática de kiumbas", "famigerada", a matança de dezenas de animais diversos.

O e-mail, da parte do Sr. Eduardo Parra (Yabhaktiswara), participante do citado ritual, fala o seguinte, in verbis:

(...)

Havia também entre o recinto do templo e a casa de Exu, uma bastante extensa `entrega` para Exu constituida de parte do axé de dezenas de animais diversos sacrificados. E muitos irmãos acostumados com a associação da OICD com ritos altamente esotéricos podem ficar boqueabertos com isso e ensaiar criticas mas temos que convir que a dita ordem vem se adaptando as necessidades mais urgentes da massa umbandista inclusive se travestindo para atender as espectativas desse povo que ainda corre invariavelmente atrás dos terreiros em busca de festas ou para resolver seus casos que nunca terminam. Isso é nível de consciência e cremos que gradativamente vai mudando mas a OICD só reforça que a nível macro essa mudança é lenta e nós esotéricos nos fechando em nossos templos sagrados não conseguimos atingir uma gama maior de pessoas nos limitando a pequenos grupos dos que buscam mais a essência do que a forma, mas a OICD está fazendo uma intermediação entre esses vários aspectos da Umbanda, que são partes de nós mesmo, e rogo a Oxalá que lhe afortunem com a glória e, que assim como eles toda Umbanda possa se multiplicar e se unir independente de suas particularidades individuais mas como um obra coletivo de transformação do homem para a nova era dourada que há de vir.

Não entrarei no mérito da questão, não refutarei os argumentos apresentados pelo Sr. Eduardo Parra, não citarei dezenas de trechos das obras de Rivas Neto falando, de forma categorica, contra a matança de animais.

Não vale a pena.

A única coisa que desejo deixar registrado é que apesar de inscrito na lista "Saravá Umbanda", assim como em outras dezenas de fóruns, não venho me manifestando exatamente para não gerar tumulto nas listas, ainda mais sendo todas elas "monitoradas" por meus muitos desafetos. Foi-se o tempo em que gostava de sentir a adrenalina correndo no sangue diante de calorosos "arranca-rabos" dentro das listas, a intermináveis réplicas e, como não podia deixar de ser, a troca de "elogios" entre os contendores.

Por outro lado, quando resolvo manifestar-me faço com meu nome e meu e-mail, não necessitando usar de pseudônimos ou contas de e-mail "fake", mesmo porque não temo minimamente meus opositores, pois já conheço todas as "manhas e artimanhas" dos mesmos. Felizmente, pelo menos para mim, as inovações desta corja fica apenas no campo doutrinário, não nas estratégias de ataque à minha pessoa.

Estou esclarecendo isto, afim de que pessoas que, assim como eu, usam a cabeça para pensar, e que eventualmente aponte contradições entre os escritos de Rivas Neto e o que pratica efetivamente, não venham a ser confundidas comigo (como está ocorrendo na citada lista). Obviamente não sou o único que leu todas as obras, de "capa-a-capa" de Mestre Arapiaga e, com mais certeza ainda, não é exclusividade minha detectar óbvias contradições entre o discurso e a prática.

Não há nenhum sentido em, sendo pública e notória minha oposição ferrenha à Rivas Neto, eu expor qualquer opinião, seja onde for, atrás da capa do anonimato ou de uma personagem e, com certeza, não o faço.

De toda forma, sinto-me muito bem em saber que sou o "inimigo nº 1" da OICD, pois basta que alguém questione algo para logo a minha apagada pessoa ser lembrada. Isto é sinal de que meus textos e posicionamentos andam incomodando muito por ai.

Acredito, sinceramente, que "cobra cega" são pessoas que seguem conceitos e preceitos contraditórios, completamente divorciados de bom senso ou, no mínimo, uma explicação coerente e plausível para mudanças tão bruscas de rumo, aplaudindo de pé qualquer flatulo emitido por Rivas Neto (ou qualquer outro religioso) e que o mesmo credite à uma "revelação do astral superior".

Diferente de muitos, inclusive os ignorantes que traduziram meu nome iniciático por "cobra cega", meu olhos estão muito abertos, me fazendo enxergar longe no horizonte e orientando meus caminhos.

Pelo visto, outras pessoas começaram a enxergar também.

quinta-feira, outubro 30, 2008

TESTE: VOCÊ É UM PUXA-SACO UMBANDISTA?

Fazem alguns meses que estou acompanhando algumas muitas listas de discussões e diante de algumas manifestações com a nítida intenão de afagar o ego de uns e outros por ai, em especial partindo de alguns "médiuns" apagados, que ficam "rasgando seda", bajulando alguns "líderes" na intenção de conseguirem seu "lugar ao sol", resolvi publicar este teste para que cada um verifique o seu nível de "puxa-saquismo":

1) Caso constate que entre a prática e a teoria por parte de seu Babalorixá/Escritor/Mestre existem grandes contradições, o que você faz:

A) Ignora e continua sendo o puxa-saco oficial

B) Ignora, continua sendo o puxa-saco oficial e chama de "cegos" e "oportunistas" aqueles que não conseguem entender a grandiosidade da obra do seu ídolo

C) Busca explicações para tais contradições diretamente da fonte e, caso não as consiga ou seja convenientes, rompe com aquele sistema

2) Se o seu Babalorixá/Escritor/Mestre começa a fazer tudo que antes condenava, você:

A) Ignora, já que é um idiota que não consegue enxergar um palmo diante do seu nariz;

B) Ignora, compra uma capa vermelha/preta, uma cartola e um terno preto para a próxima gira de "exu"

C) É coerente e fiel ao que aprendeu por anos e se afasta

3) Chega ao seu conhecimento que o seu Babalorixá/Escritor/Mestre renegou ao próprio "Pai-de-Santé", deturpou os conceitos que ele deixou e, por várias vezes, ameaçou outras pessoas com "força de pemba" e de "tronqueira". Você:

A) Acha o máximo, afinal de contas um "poderoso mago" não pode levar desaforo para casa

B) Acha o máximo e oferece ajuda com aquele kiumba que se passa por Exu de Lei que sempre se manifesta em você

C) Se afasta, já que isto não é uma atitude condizente para alguém que se diz "formador de opinião" e "sacerdote"

4) O seu Babalorixá/Escritor/Mestre lança um livro cheio de erros conceituais e científicos, escrito supostamente por uma entidade astralizada, que são apontados por autoridades no assunto:

A) Você ignora o fato e escreve um blog contanto uma historinha futurística sem sentido onde diz que a humanidade ainda não estava preparada para os conceitos superiores exposados naquela obra

B) Ajuda a tirar a obra de circulação a pedido do escritor, já que a humanidade ainda não está preparada para os conceitos superiores exposados na mesma

C) Usa do seu senso crítico e começa a questionar outras coisas escritas pela tal "entidade astralizada"

5) Você sempre foi um ferrenho crítico de determinado Babalorixá/Escritor/Mestre umbandista, mas assim que o sujeito se destaca e começa a ser alvo de outros "puxa-sacos", acena para você com um cargo na instituição ou alguma outra honraria. Você:

A) Antes do sujeito desligar o telefone já está dentro do avião indo ao seu encontro. Afinal de contas não é sempre que uma pessoa tão "importante" o convida para fazer parte do séquito de puxa-sacos oficiais

B) Manda um e-mail para todas as listas de discussões, em tom de falsa humildade, agradecendo profundamente o convite, do qual não se acha merecedor, mas já que a "espiritualidade" o escolheu para tão nobre tarefa, a aceita com certa reserva. Obviamente, envia este e-mail da lna house do aeroporto, 10 minutos antes do check-in do vôo que o levará ao encontro do seu nome "mestre".

C) Mantem a coerência, declina do convite e expõe seus motivos para isto.

6) No que pese seu Babalorixá/Escritor/Mestre pregar sempre a paz mundial, a convivência pacífica, a convergência, seus discípulos vivem atacando desafetos, opositores e aqueles que não mais fazem parte de seus pares, os taxando de "traidores", "enganadores", etc. Você:

A) Faz coro nos ataques. Afinal, todo bom puxa-saco deve estar sempre em evidência para o seu senhor

B) Faz coro nos ataques, é incentivado a atacar mais e, na hora do processo judicial está disposto a ficar no banco dos réus sozinho, protegendo seu mestre e os covardes de seus discípulos

C) Cobra coerência entre o discurso e as atitudes, não somente do seu mestre mas como de seus discípulos

7) Um importante médium da sua casa, com livros publicados, tido como sucessor do seu Babalorixá/Escritor/Mestre, depois de anos como uma figura importante, é execrado publicamente, desacatado e tem seu terreiro fechado pelo "mestre" durante a sessão. Você:

A) Trata logo de pular para o lado do "mestre", apontar o dedo na cara do infiel e ajuda a trancar os cadeados do Terreiro

B) Incentiva aos presentes a procurarem tochas, ancinhos, pedaços de pau e se juntarem à caça do infiel

C) Condena de forma veemente tal atitude, cobra explicações e não as tendo, se afasta

8) Chega ao seu conhecimento que discípulos do seu Babalorixá/Escritor/Mestre, INVADIRAM um Terreiro de um velho sacerdote no interior de São Paulo, desrespeitando não somente o ambiente, mas também aos presentes, escorando câmeras filmadoras nos ombros de uma senhora de quase setenta anos de idade. Você:

A) Acha normal e não considera "invasão", já que os discípulos do seu mestre estão embuidos de sua autoridade e podem entrar onde e fazer o que quiserem

B) Fica revoltado porque não o chamaram a participar de tal coisa, já que também adoraria escorar uma "betamax" nos ombros de uma anciã

C) Condena tal coisa de forma veemente e, por não acreditar que haja explicação ou justificativa para tal ato, se afastaPois bem, caro leitor.

Você pode estar pensando que as situações acima expostas são absurdas, meramente fruto de uma mente fértil, mas cada uma destas coisas aconteceu (e algumas ainda acontecem).

Caso você tenha marcado qualquer letra, exceto a "C", pode mandar o seu e-mail para que possamos remeter o seu diploma de "puxa-saco umbandista", sem custo algum.

Por outro lado, caso tenha marcado "C" em todas as questões, mas continua cantando loas e aplaudindo determinadas pessoas que agem desta forma, então você é um hipócrita. Não merece o diploma, mas leva como prêmio de consolação se manter ao lado dos seus pares.

Um beócio afirmou que eu critico pelo "prazer de ser do contra".

Nada mais equivocado e falso por parte deste outro "puxa-saco".

Quem acompanha este blog, já teve a oportunidade de ler sobre a minha profunda tristeza e decepção com uns e outros por ai, visto o alto nível de respeito que tinha por eles.

Infelizmente, a minha coerência e senso critíco são por demais aguçados para que eu, como muitos por ai estão a fazer, simplesmente ignore tanta contradição diante de meus olhos e, mesmo assim, continue "batendo cabeça".

quarta-feira, outubro 29, 2008

CHUTA QUE É MACUMBA: 15 MINUTOS DE FAMA ÀS CUSTAS DA FÉ DE MILHÕES

Existem em nosso país uma infinidade de figuras folclóricas, notórias por suas frases de efeito, atitudes e opiniões polêmicas ou, simplesmente, por terem participado de algum reality show, conseguido seus quinze minutos de fama e, como em um passe de mágica, passaram a ser vips, transitando pelo mundo glamouroso da televisão, assim como, em especial, das revistas masculinas. O mais inexplicável, contudo, é que este "curriculum" as tranformou, do dia para noite, em formadoras de opiniões.

No Brasil, estar na mídia, em especial na televisão, é sinônimo de que a pessoa é "formadora de opinião", mesmo se o único talento (se é que podemos chamar assim) é ter um corpo bonito com curvas que despertem o desejo dos homens (e de muitas mulheres também) e se exponha como veio ao mundo, como "carne fresca", nas capas da revista Playboy.

Obviamente, este não é o caso do conhecidíssimo Padre Quevedo, visto que nada tem em comum com alguma "celebridade" participante do "Big Brother" ou atributos para posar para a "G Magazine" ou ser contratado pela produtora de filmes pornográficos "Brasileirinhas".

O sacerdote católico, que muitos histéricos espíritas/espiritualistas juram ser a reencarnação do inquisidor Torquemada, projetou-se nacionalmente dizendo-se cético (?!?), parapsicólogo e cientista. Há anos vem desmascarando aqueles que chama de "chalatães" e evocando o art. 282 do Código Penal, exigindo que o Ministério Público tome providências contra as pessoas que ele enfrenta por crime de charlatanismo.

É famoso o desafio que Padre Quevedo faz para quem algum espírito ou qualquer outra força sobrenatural dobre o seu dedo indicador direito, colocando a ausência de resultado como evidência de que não há poder extra-físico algum.

Em uma oportunidade que tive em debater com o o dito sacerdote, ao ser alvo deste ridículo desafio, revidei pedindo à ele que rogasse à algum dos santos católicos, que fazem milagres, curam as pessoas, etc, ou até mesmo Deus, (os mesmos argumentos que ele utiliza em relação aos nosso Guias e Mentores espirituais) que fizesse o mesmo com o meu dedo indicador.

Não é novidade de que ele saiu pela tangente e evocou o "respeito" à Igreja Romana e seus santos, que de acordo como o pseudo-cético tem "comprovação científica" dos "milagres" que ali ocorrem.

O meu objetivo com este artigo, porém, é outro.

Gostaria que o leitor assistisse, na íntegra, o vídeo abaixo:




Esta matéria foi ao ar no dia 21/07/2005, sendo que a imprensa deu ampla cobertura ao fato que institutos religiosos, como o ICAPRA, resolveram tomar medidas judiciais contra o Padre Quevedo, a apresentadora Luciana Gimenez e do diretor da Rede Tv! Marcelo Nascimento, por desrespeito religioso.

A bem da verdade, devo confessar que só fui tomar conhecimento deste episódio recentemente, ao ler a matéria "Preconceito Religioso: Santa Ignorância" veiculada na Revista Espiritual de Umbanda, já que não sou dado a assistir ao programa "Superpop".

De toda forma, resolvi comentar o assunto, apesar de passados três anos, para chamar a atenção para um detalhe que, ao que parece, ninguém reparou.

Já se tornou "lugar comum" dentro das religiões de matriz africana alguns religiosos se exporem aos holofotes da mídia, mesmo que seja para envergonhar toda a comunidade ligada àquele setor filo-religioso, a pretexto de "divulgarem a religião".

Neste caso em específico, o dito "pai de santo" convidou a equipe de televisão e o Padre Quevedo ao seu Terreiro, fez um ritual idiota diante das câmeras e, como não podia deixar de ser, foi ironizado, achincalhado, teve a sua crença humilhada pelo Quevedo e não esboçou a mínima reação.

O pior, contudo, não foi a cara de parvo que o dito "pai-de-santo" fez ao ouvir as sandices de Quevedo e sim ter se dado ao trabalho de levar a tal oferenda, submissamente, para que o mesmo a chutasse.

Entendeu onde quero chegar, leitor?

No que pese a clara, óbvia intenção do programa "Superpop" em desmerecer as religiões de raiz africana, o maior culpado desta palhaçada foi o tal "pai-de-santo", visto que além de convidar o "lobo" para dentro de sua própria casa, ainda levou, como se fosse um "motoboy" entregando uma pizza, a oferenda para ser alvo do vilipendio.

Em minha modesta opinião, se realmente alguém foi processado por este lamentável episódio, o dito "pai-de-santo" deveria ser igualmente responsabilizado já que participou ativa e submissamente dos fatos. Foi ele quem disponibilizou sua casa e a oferenda chutada, de livre e espontânea vontade, e vem a comunidade umbandista se revoltar somente contra os atos do Padre Quevedo?

Esta na hora da comunidade umbandista, e candomblecista, tomar uma posição séria contra este tipo de situação, onde ditos "babalorixás" e "yalorixás" vão à midia servirem de palhaços e permitir o vilipêndio às nossas tradições e fundamentos.

Talvez seja o momento de nossas federações, conselhos, associações, etc, com toda esta parafernália demagoga, tomar posições e providências sérias, incluso judiciais, para que episódios como estes não se repitam.

Afinal de contas, representatividade é muito mais do que discursos demagógicos nas listas de discussões, festas de "exus" à rigor e outras posturas inócuas e sem resultados práticos que estamos presenciando nos últimos dois anos.

Acorda, Povo de Umbanda...

terça-feira, outubro 28, 2008

EXU – O GUARDIÃO DA ERA DOURADA, VENCEDOR DA ERA DAS TREVAS

No último sábado, 25/10/2008, ocorreu o rito Exu – O Guardião da Era Dourada, Vencedor da Era das Trevas, nas dependências da OICD/FTU.

Mais uma vez, infelizmente, Rivas Neto nos "presenteia" com um show de incoerências e contradições entre o que escreveu e, efetivamente, pratica.

Se não, vejamos:

Num Templo organizado segundo os ditames superiores da prática umbandista, o qual é raro, Exu vem firmar sua "gira", no final, em todos os rituais públicos e, é claro, em alguns internos. Não é necessário marcar-se dia, ou a última sexta-feira do mês para o "Homem da Encruzilhada" ou os "compadres", como muitos nos denominam ao baixar. Não é necessário usar-se roupas diferentes, e nunca, jamais, pedimos as famigeradas roupas bicolores, ou seja, o preto e vermelho. Os Exus de Lei, e só há Exus de Lei, nunca se utilizam de capas pretas e vermelhas, embora possam permitir que os seus sub-planos afins aos graus consciencionais das humanas criaturas, assim procedam. Quando não, são os kiumbas, que são a maioria, mistificando grosseiramente um verdadeiro Exu. (in Exu - O Grande Arcano, 3ª edição revista e ampliada, pág. 136-137, editora Ícone, 2000)

O que vemos nestas fotos, no entanto, é diametralmente oposto ao que Rivas Neto, nas palavras do Exu Sr. Capa Preta (o autor espiritual da obra citada, que sempre é identificado como "Exu Sr...), expõe.

Certamente, a explicação para isto, como para todas as outras contradições entre os escritos de Arapiaga e a prática dentro das dependência da OICD seja os "novos tempos", "novos fundamentos", "novas verdades", assim como a temporalidade de conceitos.

A única coisa difícil de entender ou, no mínimo, elaborar um tese razoável, é o motivo de há apenas oito anos atrás um EXU afirmar que JAMAIS pedem roupas bicolores e hoje o próprio "cavalo" da Entidade que escreveu isto as usa.

E depois, vem o diretor da FTU, Roger Soares (Araobatan) cobrar coerência do Rodrigo Queiroz sobre os escritos de Rubens Saraceni.

Realmente, os "deuses" devem estar loucos mas, certamente, a melhor explicação para tudo isto é mero oportunismo e hipocrisia mesmo.

sábado, outubro 25, 2008

POLÍTICA UMBANDISTA II

Nesta altura do processo eleitoral, apesar de estarmos na véspera do segundo turno das eleições para Prefeito, lembrei-me de que existe um candidato que se diz evangélico concorrendo à prefeitura de Belo Horizonte.

Aliás, diga-se de passagem, Belo Horizonte está MUITO MAL de candidatos.

De um lado, temos Leonardo Quintão, deputado federal pelo PMDB mineiro, filho de Sebastião Quintão, um fazendeiro riquíssimo, metido à pregador, que com seu falso sotaque caipira, sua pseudo-humildade e seu lema "Gente cuidando de Gente", nada mais é do que um agente do continuismo, da política caquética de troca de favores, nepotismo e loteamento de cargos, onde o grande apoiador é o ex-governador Newton Cardoso, que promoveu o mais desastroso e corrupto governo que o Estado de Minas Gerais já teve.

Como se não bastasse tudo isto, quando a família Quintão, na pessoa de seu patriarca Sebastião Quintão, assumiu a prefeitura da cidade de Ipatinga, além da prática descarada de nepotismo, dentre elas o acúmulo de duas secretarias pelo atual candidato à prefeito de Belo Horizonte, passou a perseguir espíritas, umbandistas e candomblecistas, dificultando ao máximo qualquer tipo de serviço ou assistência para quem não se declarasse evangélico.

A megalomania da família chegou ao ponto de o velho Quintão se declarar semelhante à Deus, já que questionado sobre o acúmulo de cargos de seu filho junto ao Poder Executivo municipal de Ipatinga declarou:

"Se Deus colocou seu Filho, Jesus Cristo, para representá-lo na terra, porque eu não posso ter o meu no governo?

Em outra ocasião, ainda diante das denúncias de nepotismo, Sebastião Quintão afirmou que não iria sujeitar a Prefeitura de Ipatinga aos "caprichos da Lei", em clara demonstração que não pautaria seu governo na legalidade.

A família Quintão, igualmente, é acusada pelo Ministério Público do Trabalho em manter mais de 240 trabalhadores em suas fazendas em situação análoga à escravos, além de acidentes e mortes serem comuns por lá, sem nenhuma assistência por parte da família que "cuida de gente".

Os videos abaixo confirmam isto:




Do outro lado, temos Márcio lacerda, apoiado pelo atual prefeito Fernando Pimentel e pelo governador Aécio Neves.

No que pese não ter sido indiciado, é acusado de favorecimento no caso do "Mensalão", sendo que é um candidato artificial, sem a menor experiência como governante, um "hibrido" nascido do oportunismo do atual governador (de olho na presidência da República) e do prefeito Pimentel (de olho no governo do Estado).

O que faz, no meu entender, Márcio Lacerda ser MENOS PIOR que Leonardo Quintão é o fato de não estar ligado a nenhum movimento religioso, em especial ao meio evangélico. Em termos de denúncia de corrupção, no entanto, ao que parece, os dois estão empatados.

Particulamente, acredito que a família Quintão, apoiado pelo corrupto ex-governador Newton Cardoso, de tendências absolutistas e teocráticas é um perigo para os umbandistas, candomblecistas, espíritas e espiritualistas em geral.

Apesar da garantia constitucional da liberdade de culto, já tivemos notícias de governos liderados por evangélicos dificultarem, e até mesmo excluirem, as manifestações afro-descendentes das programções oficiais como aconteceu, por muitos anos, em São José do Rio Preto onde o Conselho Afro do município, em clara contradição, era gerido por evangélicos que deixavam de fora das comemorações do mês da Consciência Negra os Terreiros de Umbanda e Candomblé.

Não vou fazer apologia ao voto nulo ou branco, já que também não acredito que este seja o caminho. Quero apenas exortar aos meus Irmãos Umbandistas, Candomblecistas, Maçons, Rosacrucianos, assim como nossos co-Irmãos Espíritias e Espiritualistas, que votem de forma consciente, sem se deixar levar pelo populismo, frases piegas ou propostas absurdas.

De minha parte, acredito que entre a corrupção e a ditadura evangélica, não devemos ficar com nenhum.

Mas como alguém deve ser eleito, que não seja um candidato comprometido até o pescoço com o fascismo teocrático dos evangélicos que, com certeza, desejam dominar os Poderes deste País e, sem sombras de dúvidas, como já tivemos casos de Leis que tentaram restringir de alguma forma as práticas religiosas afro-descendente, sem falar no projeto (PL 2623/07), de autoria de uma deputado federal, evangélico, Victorio Galli (PMDB-MT - o mesmo partido do Quintão), que ataca católicos ao tentar acabar com o feriado de Senhora Aparecida e tirar o título de "Padroeira do Brasil" da santa de devoção de milhares de brasileiros.

Mas como política também tem um lado cômico, fecho este artigo (tardio) com o excelente video do humorista Tom Cavalcante contra o candidato Quintâo:



Voto consciente: isto dá para fazer.

POBRE MENINA RICA

Eu acho que quem me vê, crê
Que eu sou feliz, feliz só porque
Tenho tudo quanto existe
Pra não ser infeliz

Pobre menina tão rica
Que triste você fica se vê
Um passarinho em liberdade
Indo e vindo à vontade, na tarde

Você tem mais do que eu
Passarinho, do que a menina
Que é tão rica e nada tem de seu

(Pobre Menina Rica - Carlos Lyra)

Depois de uma troca intensa de e-mails com a jornalista Virginia Rodrigues da "Revista Espiritual de Umbanda", em especial frente as intensas lamúrias da mesma em relação às dificuldades em se manter uma revista como esta em circulação, lembrei-me desta obra prima de Carlos Lyra e não podia deixar de fazer um paralelo.

Nas várias mensagens que trocamos na última quinta-feira, 23/10/2008, chamou-me a atenção alguns pontos expostos pela jornalista, em especial a afirmação de que os editores não recebem nenhum tipo de participação na venda da revista em banca e que percebem apenas um "pequeno pro labore" pelo trabalho que fazem.

Neste mesmo dia recebi a edição de número 19 da revista.

Por curiosidade, resolvi contar os anúncios publicados e cheguei ao número de dezesseis páginas de reclames para um total de sessenta e quatro, ou seja, 25% da revista é propaganda. Isto se não contarmos algumas matérias, que ao meu ver são pagas, como a que fala sobre os livros de Robson Pinheiro (com uma bela propaganda na última capa) e sobre a imagem de 25 metros que está sendo construída no Santúario Nacional de Umbanda, que é outro anunciante regular a publicação.

Obviamente, que isto (a propaganda) é natural quando se trata de uma publicação comercial.

As revistas lucram muito mais com seus anunciantes do que com a venda em banca, por isto publicações como "Veja", "Isto É" e "Playboy" têm mais de 35% de suas páginas recheadas de propaganda.

A questão é que a jornalista responsável pela "Revista Espiritual de Umbanda" tentou convencer este articulista de que, praticamente, trabalham de graça, em trôco de uma irrisória quantia (o tal "pequeno pro labore") e que tal publicação tem o objetivo maior de que a "Umbanda seja vista como a religião do futuro" (sic).

Pobre "revista" rica... as lamúrias foram tantas que quase peço o número da conta corrente da publicação afim de fazer uma doação.

Como sempre acontece neste maravilhoso mundo da Umbanda, a preclara jornalista inverte a situação, coloca a publicação, ela própria e o editor Marques Rebelo no papel de vítimas e este articulista no de vilão.

O errado sou eu por estar requerendo junto à Justiça a reparação por ter os direitos sobre os meus textos desrespeitados e não eles que o publicaram sem autorização, à minha revelia, mesmo diante da advertência de que nenhum dos meus escritos podem ser reproduzidos em veículos de comunicação que tenham fins comerciais.

A jornalista também afirma que a publicação conta com colaboradores que nada cobram para isto, mas esquece que JAMAIS entraram em contato comigo convidando-me a ser um deles, mas simplesmente, sem maiores cerimônias, publicaram meu texto, sem os créditos, sem as fontes, sob a alegação que o mesmo é "importante para a comunidade umbandista" (sic) e que a mesma deveria ter conhecimento dele.

Entrelinhas, o que a jornalista quis dizer é: nos reservamos ao direito de publicar qualquer coisa que julguemos relevantes à comunidade umbandista, independente dos direitos autorais ou autorização dos detentores dos mesmos.

Particularmente, só faço caridade, cortesia e auxilio com meus próprios recursos. Não lanço mão de propriedade alheia para cumprir minhas metas ou fechar meus trabalhos e, claro, quando reproduzo alguma matéria de terceiros aqui, busco autorização, assim com cito fontes e autoria.

O mais estranho nesta história toda, é que Marques Rebelo e "cia ltda", de uma hora para outra, ficou interessado em meu trabalho, no meu Terreiro, na minha história, chegando a propor (obviamente com a condição que os processos que movo contra eles sejam extintos) a fazer uma matéria de duas páginas comigo e meu grupo.

Mesmo diante do evidente OPORTUNISMO por parte da revista, visto que em 5 anos de existência, da cópia descarada de meu texto, jamais tiveram nenhum interesse em saber quem era o tal "Mestre Ubajara", o seu trabalho ou, vá lá, os motivos que me levam a ser ferrenho opositor de Rubens Saraceni e Rivas Neto, enquanto o grosso da comunidade umbandista "bate cabeça" à estes indivíduos.

Se tal convite não é OPORTUNISTA, tendo em vista a situação, não sei mais o que pode ser chamado assim.

Obviamente declinei do "convite", mesmo porque não tenho a menor intenção de aparecer em lugar algum, sendo que a minha "cota de publicidade" está esgotada faz tempo, e não desejo dar nenhum tipo de munição aos meus detratores e desafetos.

Por outro lado, não posso deixar de mencionar que grande parte das matérias da "Revista Espiritual de Umbanda" são reproduções de texto retirados da internet, com a devida menção de autoria e fontes (se existe ou não prévia autorização para tanto é outra história...) o que, incrivelmente, só não aconteceu no caso do meu artigo.

Para fechar com "chave de ouro", a jornalista afirma que nunca tinha visitado o meu blog, e que o texto foi retirado de outro site que, provavelmente, não me deu os créditos.

Sinceramente, não entendi o que isto muda ou isenta a revista de responsabilidade.

Pelo contrário, ao meu ver, é um "tiro no pé" já que evidencia, novamente, a falta de compromisso da publicação com a LEI, já que não se fazem de rogados ao copiar o que acham ser útil para o fechamento da edição, independente de haver (ou não) menção de autoria.

Minhas ações contra a "Revista Espiritual de Umbanda", assim como contra outras pessoas e instituições, estão muito além de uma (muito) provável reparação financeira. Servem, antes de tudo, como alerta aos muitos "aventureiros", em especial os contumazes difamadores e caluniadores, sejam eles quem forem, ligados à "Ordem", "Escola", "Colégio" que for, que não deixarei de levar os responsáveis às barras da Justiça.

Infelizmente, no Brasil, em especial no que diz respeito a uma certa escória que acredita que a internet é "terra de ninguém", que o "longo braço da Lei" é por demais "curto" para alcança-los, que o anonimato covarde é escudo para a impunidade, a única forma de mudar esta anarquia que virou a rede é mexer em alguns bolsos e, porque não, mandar alguns beócios caluniadores e difamadores para a cadeia.

Si vis pacem parabellum ("se queres a paz, prepara-te para a guerra") é o meu lema.

Como sempre, estou bem preparado.

quinta-feira, outubro 23, 2008

O PLÁGIO NOSSO DE CADA DIA E O MARAVILHOSO MUNDO DA UMBANDA

Existem algumas coisas, realmente, estranhas neste mundo chamado "Umbanda".

Começo a acreditar que mesmo se eu viver cem anos, não conseguirei ver todas as bizarrices, hipocrisias, contradições e coisas que os valham neste meio.

Ao mesmo tempo que sou execrado, caluniado, difamado publicamente, tenho textos meus copiados e divulgados por meus desafetos como se deles fossem.

Recentemente tive notícias de que o artigo "Carta de um Umbandista ao seu filho" foi reproduzido em outro blog, sendo que o "cara-de-pau" do blogueiro creditou à si mesmo a autoria e adaptação do texto.


Aliás, não somente este, mas também a mística "Quo Vadis Umbanda", particularmente um dos melhores textos que escrevi, vem sendo reproduzido, copiado e PIRATEADO, incluso por meus desafetos, sem os devidos créditos.

Isto me faz lembrar uma história que Mestre Yassuamy contou sobre a visita dele e Mestre Yapacani à um Terreiro de Umbanda no Rio de Janeiro, onde na abertura dos trabalhos o dirigente, com voz embargada, lia a famosa mensagem "As Sete Lágrimas de Preto-Velho", de autoria do saudoso Matta e Silva, e ao final dizia ser o autor do texto. Quando os trabalhos se encerraram, foram ter com o dirigente e o mesmo, cheio de falsa modéstia, pergunta o que eles haviam achado da mensagem, no que o velho Matta respondeu:

- Achei muito bonita, mesmo porque não poderia ser diferente já que fui eu quem a escrevi.

Obviamente, o descarado plagiador não sabia onde enfiar a sua "cara-de-pau" e pediu mil desculpas pelo "engano".

Como já disse várias vezes, não me importo que meus textos sejam publicados e divulgados por ai, em sites e publicações NÃO COMERCIAIS desde que mencionada a fonte e o autor. Entenda-se isto como, no caso de blogs e sites, fornecer o link para o texto original ("fonte") e creditar o texto com o meu nome ("autor").

Simples, não é mesmo?

Mas ao que parece, muita gente, talvez para não reconhecer a própria incompetência, receber elogios não merecidos ou simplesmente ter o seu ego inflado por algo que não criou e usurpar para si os méritos, não entende isto.

Recentemente deparei-me com a reprodução não autorizada do texto "Sincretismo religioso: faz sentido?", que escrevi e publiquei, primeramente, no extinto "Boletim Saravá Umbanda" em idos do ano de 2005, assim como no site da Fraternidade Vozes de Aruanda, sendo que em fevereiro de 2006 o republiquei neste blog.

Em maio do corrente ano adquiri a "edição extra" da "Revista Espiritual de Umbanda", qual não foi a minha surpresa ao ver o meu texto reproduzido em sua edição 14, sem minha autorização e, pior, sem a menção da fonte ou da autoria.

Entrei em contato com a revista e recebi uma reposta sêca, sem nenhuma cortesia, dizendo que havia sido um "lapso" e que haveria uma "errata" na próxima edição. Solicitei que fosse avisado quando isto ocorresse, no que fui simplesmente ignorado pelos editores, como se estivesse pedindo algum favor ao invés de querer fazer valer um direito que é meu.

Os editores da "Revista Espiritual de Umbanda", pelo jeito, acham que é algum privilégio ou favor que fazem ao publicar meu texto e, pior, modificá-lo sem a menor cerimônia, mesmo sem autorização para tanto, assim como ausentes as menções de fonte e autoria.

Como sempre faço quando meus direitos são desrespeitados, levei à questão ao Judiciário, a princípio junto ao Juizado Especial Cível, aguardando somente o acesso à algumas provas para levar a questão também para a área criminal.

Esta mentalidade dos brasileiros de que a internet é "terra de ninguém" e tudo que aqui é publicado é de "domínio público" está redondamente equivocada.

É valido lembrar que a violação dos direito do autor é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal Brasileiro, sendo que em seu § 1º há a previsão de pena de 2 - 4 anos de reclusão e multa para quem copia, mesmo que parcialmente, e publica texto alheio com fins de lucro direto ou indireto, como é o caso em questão.

Portanto, se você gostou de algum dos meus textos e deseja publicá-lo em seu site ou blog, desde que ele não tenha fins comerciais, fique à vontade. Apenas seja ÉTICO e mencione a fonte (link o texto) e autoria.

Em caso de publicações comerciais, sejam elas sites, blogs, revistas, rádio, televisão enfim, qualquer meio que exista ou que venha a ser inventado, a reprodução de qualquer texto meu está sujeito à minha autorização por escrito e o pagamento pela utilização.

Caso contrário, como já tenho feito em casos onde a minha moral é ofendida, levarei o infrator à barras da Justiça, tanto no campo cível como criminal, sem pestanejar.

PLÁGIO é crime. Simples assim.

quinta-feira, outubro 09, 2008

O CANTO DO PIAGA

E tu dormes, ó Piaga divino!
E Anhangá te proíbe sonhar!
E tu dormes, ó Piaga, e não sabes,
E não podes augúrios cantar?!
(Trecho do poema "O Canto do Piaga", de Gonçalves Dias)

Ainda sobre o o e-mail do meu amigão Obashanan, onde ele, com toda a "sutileza e respeito" que lhes são próprios, fala mal de mim, de Mestre Tashamara, Mestre Arashakamá, etc, inclusive, falando, para variar, mais um monte de bobagens, em especial sobre origem e traduções de nomes.

Senão, vejamos:

Nomes de iniciação são nomes dados por verdadeiros iniciados. Surgem quando o discípulo está pronto para uma nova vida e seu nome surge por um levantamento sério através da compreensão dos alfabetos sagrados, da lei de pemba e da cabala ancestral. Possui uma ligação muito intensa com a verdade de seu mentor espiritual. Ou seja, Arashakamá significa "Orixá do prazer" ou em sentido hierático, o orixá da cama Arasha=orixá; Kama = prazer, raiz indoeuropéia que deu no sânscrito Kama, no latim Cama e nas raízes etruscas do verbo amar. O que isso quer dizer? No mínimo que seu "mestre" não sabia o que estava fazendo, ou há mistérios não revelados por trás desse nome.

Percebam que depois de interpretar o nome do Mestre Arashakamá, conforme a sua conveniência, assim como, para variar, acusar pessoas de traidoras, Yan KAÔ, fecha o parágrafo afirmando: "No mínimo que seu "mestre" não sabia o que estava fazendo, ou há mistérios não revelados por trás desse nome."

Pois bem, então, se para ter legitimidade, o nome iniciático deve, igualmente, possuir uma tradução plausível e literal, vejamos qual é a tradução de ARAPIAGA.

O prefixo "Ara", no idioma Tupi, significa "ave, pássaro" e "Piaga", pelo que consta, foi um neologismo introduzido por Gonçalves Dias em seu poema "O Canto do Piaga", afim de designar a pessoa de um "pagé". A tradução, ao pé da letra, como sugere Obashanan para o nome de outros iniciado, seria algo como "Pássaro Pagé".

Isto faz algum sentido? Para mim, particularmente, nenhum.

Sou proprietário de uma pequena biblioteca, que hoje deve abrigar trezentos volumes. Tenho algumas gramáticas e dicionários da lingua Tupi e alguns de seus dialetos, e em nenhum deles encontrei o termo "Arapiaga".

Consultei então, o estudioso Roberto Harrop Galvão, que enviou-me a seguinte resposta, via e-mail:

"Os dicionários realmente não registram o termo "arapiaga". "Ara" poderia ser "ave, pássaro" e "piaga" foi um neologismo para "pagé" introduzido por Gonçalves Dias no seu poema "O CANTO DO PIAGA". (O canto do pagé). Na ausência de uma tradução oficial, cabe especular sobre o significado desse termo."

Isto me faz lembrar que fiz consulta semelhante ao citado estudioso sobre o nome "Araobatan", usado pelo Sr. Roger T. Soares, discípulo antigo de Arapiaga e diretor da Faculdade de Teologia Umbandista, e também "Aramaty", nome iniciático do Sr. Silvio Garcez, igualmente discípulo do citado Mestre e presidente do CONUB. As resposta foram as seguintes:

"As três palavras abaixo muito provavelmente têm a mesma origem: YBIRAPITANGA, que se deturpou em IBIRAPUTANGA e em BIRAPUTANGA em BIRABUTAN e daí para ARABUTAN. Eu já vi nos cronistas do século XVI o termo ARABUTAN como corruptela deYbirapitanga, o pau Brasil. Ibirá frequentemente se transforma em BARA, BRA e ARA (Ybiraúna, Buraúna, Braúna... (Ibyrae'~e, Buranhem). Portanto, os vocábulos YRABITAN, ARAOBATAN e ABARYTAN têm muita probabilidade de serem variações corrompidas de IBYRAPITANGA. Não descarto, todavia, a hipótese de YRABITAN ser um anágrama de Ybiratan (pau duro). ARAMATY não faço idéia. Esta palavra não soa como Tupi."

Em resumo: se realmente os nomes iniciáticos devem ter uma tradução, como quer Yan Kaô, a começar pelos nomes do seu próprio Mestre e irmão de Ordem, a coisa complicou. Os vocábulos "Arapiaga" e "Aramaty' não existem em Tupi, e no caso de "Araobatan", o que mais se aproxima é "Arabutan", como explicado, que seria uma corruptela de Ybirapitanga, que se refere ao nosso Pau Brasil e pode ser traduzido como "madeira vermelha".

Sobre o nome "Obashanan", nem vou comentar, porque é impossível qualquer tradução literal do mesmo.

Enfim, como meu velho pai sempre diz: "Não jogue pedras no telhado dos outros, em especial quando o seu for de vidro".

quarta-feira, outubro 08, 2008

TEM GENTE DE "KAÔ"

Acredito que todo mundo conhece a expressão do título deste artigo.

Se não todos, pelo menos o "Povo do Santo" sabe muito bem que quando alguém está de "kaô" é porque está mentindo, enganando ou dissimulando.

Como sempre, o pessoal da OICD, em especial o meu "amigo de fé, meu irmão camarada" William do Carmo Oliveira, conhecido como "Mestre Obashanan", "William de Airá" e, principalmente, de Yan KAÔ, postou um e-mail, como sempre na lista "Apometria e Umbanda", já que fui expulso da mesma pelo "democrático Irmão planetário" João Luiz que, como seus irmãos iniciados da Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino - OICD, com é de praxe, permitem a divulgação de calúnias, injúrias e difamações contra qualquer pessoa contrária aos interesses da sua trupe.

Aliás, a censura, a ditadura, imposta nas listas de discussões controladas por qualquer indíviduo ligado à Rivas Neto, é a regra. Qualquer pessoa que ouse discordar de qualquer das iniciativas da FTU, CONSUB, CONUB, OICD, é considerado persona non grata e quando não é sumariamente excluído é moderado. Enquanto isto, os discípulos de Arapiaga, confortavelmente, sem a mínima preocupação em ter suas mensagens contestadas ou replicadas por quem quer que seja, destilam seus venenos à vontade.

Em verdade, nada mais fazem do que legitimar minha posição de que PAZ MUNDIAL, CONVIVÊNCIA PACÍFICA, CONVERGÊNCIA, nada mais são do que palavras dentro dos discursos hipócritas vindos da OICD, já que nada disto é praticado.

Não vou transcrever todo o e-mail, visto que outras pessoas, vítimas da sanha difamatória daquele que se auto-denomina "Kaô", são citadas. Portanto, atenho-me somente aos trechos relacionados à minha pessoa, no e-mail que tem por assunto "Mestres Forjados":

(...)

Neste caminho surgiram muitos que se tornaram famosos, outros nem tanto, são os Ubajaras, Rodrigos, LGs, Thashamaras, e muitos outros, e mais recentemente os Adilsons e Arashakamas. Não importa o nome, são todos da mesma vala, escrevem e perpetuam bobagens, ódio, separatismo, falam o que querem, pois não têm nada a perder, só a ganhar em termos de "ibope", dando entrevistas sem sentido e sem nexo e criando sua "escola" do desrespeito, já que enxergam a Umbanda e os cultos afro-brasileiros sem o mínimo de zêlo que deveriam ter pelas tradições mais antigas.

Não existem "Ubajaras".

Como no filme "Highlander", só pode haver UM.

Parafraseando o Rei Nabucodonosor: "MESTRE UBAJARA SOU EU !!!"

Seria muito engraçado, se não fosse absolutamente trágico e beirando ao ridículo, meu amigo Yan Kaô afirmar que não tenho respeito ou zêlo pela Umbanda e os demais "cultos afro-brasileiros" (percebam que ele escreve isto em minúsculas...) vindo de uma pessoa que segue, há anos, um Mestre que chamou Terreiros de Candomblé de "antros do baixo astral", de "culto fetichista" e, até mesmo, Entidades de "pilantras" em suas obras.

E sou eu que não tenho zêlo e respeito? =/

Aquele que segue o difamador é condescendente com seu ato e, com certeza, não sou eu que sigo quem escreveu estas coisas em seus livros, como é o caso de Yan KAÔ.

Nomes de iniciação são nomes dados por verdadeiros iniciados. Surgem quando o discípulo está pronto para uma nova vida e seu nome surge por um levantamento sério através da compreensão dos alfabetos sagrados, da lei de pemba e da cabala ancestral. Possui uma ligação muito intensa com a verdade de seu mentor espiritual. Ou seja, Arashakamá significa "Orixá do prazer" ou em sentido hierático, o orixá da cama Arasha=orixá; Kama = prazer, raiz indoeuropéia que deu no sânscrito Kama, no latim Cama e nas raízes etruscas do verbo amar. O que isso quer dizer? No mínimo que seu "mestre" não sabia o que estava fazendo, ou há mistérios não revelados por trás desse nome. (É mais ou menos como Ubajara, que significa "cobra cega". Bem, nesse caso, o nome está corretíssimo.) Basta ver os nomes de seus outros irmãos, nomes sem tradução nenhuma, sem nenhuma história por trás deles.

Neste trecho da sua mensagem, Yan KAÔ deixa claro o motivo por ter escolhido tal alcunha.

Citando o velho Aleister Crowley: "ou alguém está enganando ou está enganado".

Na questão em análise, William de Airá, o poderoso iniciado da OICD, professor de música da Faculdade de Teologia Umbandista está, claramente, ENGANANDO.

Em uma das minhas conversas telefônicas com Rivas Neto, em meados do ano de 2002, ele perguntou se eu conhecia o significado do nome "Ubajara". Obviamente, respondi afirmativamente, dizendo que vinha da língua Tupi e significa "Senhor da Canoa" e, por extensão, "Canoeiro". Foi quando ouvi da boca do "poderoso" Mestre Arapiaga que o significado místico deste nome era "O Canoeiro que leva ao outro lado", inclusive fez ele menção a lenda de Caronte, o canoeiro que na mitologia grega, atravessava as almas dos mortos através do rio Aqueronte até o local no Hades a que eram destinados.

Então, o meu "mano velho" Yan KAÔ, um portentoso iniciado da OICD, praticamente o sucessor de Mestre Arapiaga, professor de música da Faculdade de Teologia Umbandista, vem à público dizer que "Ubajara" significa "cobra cega"? Os professores da FTU são tão mal preparados, que não sabem, ao menos, traduzir uma palavra simples e, ouso dizer, muito conhecida, em Tupi? Não existem dicionários ou gramáticas de Tupi na FTU?

Como não creio nisto, então tenho de concluir que Yan KAÔ, deliberadamente, está ENGANANDO as pessoas que leram seu e-mail, mentindo, forjando uma tradução afim de destilar sua peçonha contra mim. Sinceramente, isto não fica nada bem para um professor universitário, não acham?

Mas como costumo dar o benefício da dúvida às pessoas, ainda mais se tratando de alguém que se auto-alcunhou como KAÔ, realmente é possível que ele não saiba o significado do nome "Ubajara" (aliás, absolutamente provavel...).

Portanto, como bom Umbandista, não perco a chance de ENSINAR um pouco ao digníssimo Mestre-Iniciado-Professor-Alabê da OICD, afim que o mesmo, no futuro, ao destilar seu veneno contra mim (que me gera frouxos de risos) não traduza mais, erroneamente, alguma coisa, para não ficar a impressão de que usa de MÁ-FÉ com aqueles que o lêem.

No site "Brasília Virtual", lemos:

"Ubajara é de origem indígena e de igual maneira a tradução que, claro prevalece para o nome é "Senhor da Canoa". Este nome teria surgido da lenda de 1 cacique que, vindo do litoral, teria habitado a gruta por muitos anos. Existem outras traduções para o nome como "Senhor das Flechas" e de igual maneira "Flecheiro Exímio". Algumas pessoas acreditam que, claro a origem da Gruta de Ubajara deve-se às escavações tambem em busca de prata, somado a quase duzentos anos de intempéries. A origem e de igual maneira essência do Parque sempre foram a Gruta de Ubajara, motivo de apaixonadas crônicas de personalidades locais."

No site "Aprende Brasil", que vem a calhar para socorrer nosso ignorante "Mestre Kaô", temos o seguinte:

"O topônimo Ubajara foi sugerido pelos Drs. Joaquim da Cunha Fontinele e Luiz Martins de Morais, este então diretor do distrito telegráfico do Ceará. Segundo alguns estudiosos, foi espirado pela gruta e teve origem nos vocabulários indígenas UBÁ (canoa) e JARA (Senhor) = Senhor da Canoa."

Para completar a aula sobre a língua Tupi, informo ao beócio Mestre Obashanan, que "cobra" neste idioma é "M'boîa" (Curso de Tupi Antigo) e "cego" é "Esaeýma". (in "Método Moderno de Tupi Antigo - 3ª Ed. 2006, Navarro, Eduardo de Almeida")

Mas, infelizmente, por mais que eu tenha pesquisado e apelado até mesmo para o Arqueômetro, não consegui nenhuma referência ou tradução para "obashanan". Pelo jeito, somente o "professor" de música da Faculdade de Teologia Umbandista conseguiu encontrar "cobra cega" em meu nome iniciático.

Na verdade, fico sempre muito satisfeito quando meu amigo Yan KAÔ faz menção à minha apagada pessoa em seus faniquitos nervosos virtuais. Todas as vezes que leio qualquer coisa vindo dos "oicidianos", sinto-me deveras orgulhoso, já que só combatemos aquilo que tememos e, com certeza, tenho sido tão temido por esta gente, que eles não podem deixar de me combater.

O desespero chegou a tal ponto, que agora partem para a mentira, a enganação pura e simples em relação a um nome de origem Tupi. Lamentável, realmente, para uma pessoa que ocupa cargo no Corpo Docente de uma Faculdade.

Enfim, este episódio só vem, com certeza, provar o que sempre digo por aqui: paz, harmonia, convivência, passa longe dos asseclas de Rivas Neto. E, pelo jeito, autenticidade e conhecimento também.

segunda-feira, outubro 06, 2008

RESSACA ELEITORAL... CAI O PANO.

Fim das eleições.

Pelo menos para aqueles que queriam uma vaga no Legislativo municipal. De agora em diante, em alguns municípios, teremos o segundo turno pela vaga no Executivo.

Mas como não tivemos candidatos "umbandistas" para o cargo de Prefeito, para a nossa comunidade fica a tarefa de verificar os números alcançados pelos candidatos "Guerreiros do Axé", em especial no Estado de São Paulo.

Através de um e-mail recebido pelo "Instituto Cultural Aruanda", somos informados de que "em Bauru-SP foi eleito Mantovani (45.444), em Vitória-ES, Reinaldo Bolão (13.456) e em Mongaguá, Jacó Neto (11.111), este que é filho-de-santo de Pai Ronaldo Linares e que conseguiu implantar uma estátua de Yemanjá no Balneário de Mongaguá". (grande "conquista" para a comunidade. =/)

Para variar, o mais "competente" (compete, compete, compete...) candidato umbandista, Pai Guimarães d'Ogum, que fez maciça campanha em todas as listas de discussão e, pela terceira vez consecutiva, perdeu as eleições. Porém, verdade seja dita, ele foi até muito bem votado, já que teve 9.983 (0,17% dos votos).

Levando-se em consideração que o candidato eleito menos votado, Dr. Milton Ferreira, teve 14.874 (0,25% dos votos), é possível que em um próximo pleito para vereador, Guimarães chegue à Câmara Municipal da cidade de São Paulo. Em verdade, ele está seguindo os passos do Presidente Lula que de tanto insistir, chegou ao Palácio do Planalto.

De toda forma, o balanço final para o "Movimento Chega" e os "Guerreiros do Axé" é negativo.

No que pese Rubens Saraceni, além de outros umbandistas famosos, respeitados e prestigiados junto à Comunidade Umbandista paulistana apoiarem os candidatos, não conseguiram eleger ninguém na cidade de São Paulo.

Enfim, vamos esperar as próximas eleições, porque, pelo jeito, "macumba" não faz ninguém vencer no futebol, muito menos nas urnas.

domingo, outubro 05, 2008

V DE VENDETTA

"Remember, remember, the 5th of NovemberThe gunpowder, treason and plot;I know of no reason, why the gunpowder treasonShould ever be forgot."[1]

O que, afinal, move o ser humano?

Até que ponto, um ser desprovido de sua liberdade individual, pode ser controlado?

Esta perguntas, feitas à milênios, deveriam estar, junto com "quem sou eu?", "de onde vim?" e "para onde vou?", para o rol das perguntas existencialistas.

Acredito que a maioria deve conhecer o filme "V de Vingança", adaptado pelos irmãos Wachowski (os criadores de Matrix) para o cinema, baseado na minissérie em quadrinhos V for Vendetta, de Allan Moore e David Loyd, publicada em meados dos anos 80.

Como pano de fundo, traz a "Conspiração da Pólvora", fato histórico que mostra a tentativa frustrada de um grupo de pessoas, descontentes com o governo, de explodirem o prédio do Parlamento inglês, símbolo máximo da corrupção do governo da época, para matar o rei James I e algumas pessoas que faziam parte da cúpula do poder (essa idéia de que "destruir um prédio pode mudar o mundo" não lembra, ao leitor, sempre atento, algum fato recente?).

A Conspiração da Pólvora ocorreu em 05 de novembro de 1605 e até hoje é lembrada pelo povo inglês, que sai às ruas, nessa data, para "malhar" bonecos com a figura de Guy Fawkes (para os cinéfilos, "Fawkes" é o nome da ave Fênix do Professor Dumbledore da série "Harry Potter"), o homem encarregado de colocar os barris de pólvora no subterrâneo do prédio do Parlamento, uma das poucas pessoas que tinha acesso irrestrito ao edifício, além de saber manejar explosivos. A cena que abre o filme fala justamente sobre as idéias de Guy, nos fazendo pensar sobre os motivos que o levaram a "conspirar" contra o Rei, bem como os motivos que levam V a propor, ao país, um basta ao autoritarismo imposto, obrigando a população a questionar os alicerces sociais e a política vigente. Nesse sentido, Moore coloca em V as bases do Anarquismo em contraponto a um Estado totalitário que vigia, censura e silencia.

Em uma das cenas iniciais, num diálogo bastante profundo entre a personagem principal V (Hugo Weaving) e sua cúmplice, Evey Hammond (Natalie Portmann), percebemos que o pensamento do herói vai ao encontro da necessidade, urgente, de mudanças no país: "Não há certezas, só oportunidades".

De toda forma, o leitor deve estar se perguntando o que tudo isto tem a ver com a Umbanda.

Eu respondo: absolutamente tudo.

A Umbanda, no ano do seu centenário, vive uma situação de opressão, luta pelo poder, corrupção e enganação. Existem duas correntes antagônicas muito bem delineadas no panorama umbandístico, onde até mesmo os umbandistas com tendências e raizes africanistas tendem a tomar partido.

Nenhum dos "líderes" que fazem tanta propaganda e se estapeiam em listas de discussões e comunidades em sites de relacionamento, estão, efetivamente, preocupado com a Umbanda e sim dos dividendos oriundos dela.

Um vive de vender seus livros, workshops e cursos livre de teologia. Não se tem notícias que o cidadão trabalhe mediunicamente em nenhum Terreiro.

O outro, na contramão do primeiro, retirou todas as suas obras literárias do mercado, visto que elas depõem contra a sua atual postura de "universalista", introduziu tambores, roupas vistosas, cocares e tudo mais que antes era coisa do "astral inferior" em seus ritos, fundou uma Faculdade e, apesar de, em tese, a mesma não ter fins lucrativos, lucra com o seu prestígio, nome e a maciça propaganda que seus discípulos fazem na internet, através de "ritos", "vivências" e sabe-se lá mais o quê.

O mais incompreensível é que ninguém da Comunidade Umbandista, assim como a população do filme "V de Vingança", simplesmente não reage, não questiona, não contraria. Ficam todos, ou pelo menos a grande maioria, como "boizinhos de presépio", concordando com tudo, seguindo os "líderes", por mais contraditórios que sejam, por mais que suas idéias, em especial em relação à "convivência pacífica", nunca sejam colocadas em prática por eles mesmos.

Como no filme, temos a figura de um ditador e por detrás dele o "porta-voz". Aliás, minto, existem dois ditarores e infinitos "porta-vozes".

Na ficção temos o Chanceler Sandler e seu porta-voz, Lewis Prothero, este último alcunhado de "A Voz de Londres". Seu chavão é "A Inglaterra Triunfa". A pretensão é tanta, que em uma cena ele afirma: "A Inglaterra triunfa, porque eu digo que ela triunfa".

Na Umbanda, temos Rivas Neto e Rubens Saraceni disputando o papel de "Chanceler" e seus asseclas de "Prothero". Por pouco não consigo ouvir estes dois gritando: "A Umbanda triunfa porque eu digo que ela triunfa".

Quero crer, que está na hora de fazermos como Guy Fawkes: colocar alguns barris de pólvora por ai e explodirmos com esta constante dominação dentro da Umbanda.

Apesar de estar óbvio que o "colocar alguns barris de pólvora" e "explodir" é uma força de expressão, quero deixar claro que não proponho nenhum ataque terrorista contra quem quer que seja.

A minha intenção é que a Umbanda volte ao seu estado primitivo, quando era de todos, sem lideranças opressoras, sem guerras entre seus adeptos, sem a covardia de sites, e-mails e ameaças de "força de pemba", difamações e calúnias, típicas destes grupos dominantes.

Vamos deixar de lado, Povo de Umbanda, de nos vendermos por títulos, diplomas, honrarias, cargos, publicação de livros ou a menção de seu nome pelos "donos da banda", atrás de prestígio e reconhecimento de estar ao lado de "A" ou "B". As coisas estão deste jeito hoje, não pelo ego deles, mas sim pelo ego daqueles que querem holofotes, mídia e, porque não, faturar nas costas da Comunidade, conseguir um "trôco" a partir deste circo que armaram e vêm enchendo de gente.

Não há certezas, só oportunidades...

Portanto, vamos todos aproveitar a oportunidade de fazermos com que a UMBANDA TRIUNFE, mas não dando chances para nenhum destes aproveitadores afirmar que Ela triunfa porque eles assim dizem.

:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

[1] Trecho de uma rima tradicional na Inglaterra em alusão a "Conspiração da Pólvora". Na tradução utilizada no filme:

"Lembrai, lembrai do cinco de novembro
A pólvora, a traição, o ardil
Não sei de uma razão para esquecer
uma traição de pólvora tão vil"

sábado, outubro 04, 2008

Minha Vida de Coiote

Rivas Neto é o Papa-Léguas. Eu sou o Coiote.

Por anos temos imitado o desenho animado. Já recorri a todas as artimanhas para capturar a presa: catapultas, foguetes, patins a jato, elásticos gigantes, tintas invisíveis, rochas desidratadas, comprimidos de terremoto.

Nada deu certo.

Rivas Neto sempre consegue escapar. E depois, como o Papa-Léguas, grasna aquele estridente "bip-bip" em minha orelha, assustando-me e fazendo-me cair num abismo, em geral com uma pedra de 10 toneladas na cabeça.

O maior achado do desenho animado de Chuck Jones é sua absoluta essencialidade. Os dois protagonistas, mudos, confrontando-se num panorama deserto, onde só há pedras e cactos, cujos espinhos terminam, invariavelmente fincados na pele do Coiote.

O Papa-Léguas é uma besta primária, um oportunista microcéfalo perfeitamente adaptado ao seu meio, que sabe apenas fugir e se esquivar das ciladas preparadas pelo Coiote.

O Coiote, por sua vez, é a caricatura do humanista otário que acredita no triunfo da racionalidade, do conhecimento, do engenho humano, da Lei, do progresso social, da tecnologia. E é repetidamente punido por causa disso. Se o Coiote é Lamarck, o Papa-Léguas é Darwin. Se o Coiote é o humanista Setembrini, o Papa-Léguas é o jesuíta Naphta. Se o Coiote é Bouvard e Péccuchet, o Papa-Léguas é a tempestade que devasta a lavoura.

A comicidade do Coiote e do Papa-Léguas não esta na variedade das piadas. Pelo contrário: está no repisamento infinito da mesma piada. O Coiote prepara uma armadilha. O Papa-Léguas passa incólume por ela. O Coiote se revolta e cai na própria armadilha. Quando se recupera dos efeitos calamitosos, prepara outra armadilha, num ciclo interminável.

Chuck Jones definiu o Coiote como um fanático, citando o filósofo George Santayana para quem "um fanático é aquele que redobra seu empenho quando já esqueceu seu objetivo". Foi a fórmula que, ano após ano, venho tentando plagiar em meu blog e, outrora, em meus (extintos) sites. Com Rivas Neto no papel de Papa-Léguas e eu no de Coiote.

Os episódios do desenho animado foram dirigidos por Chuck Jones de 1949 a 1965. Portanto eu posso insistir por mais alguns anos.

Depois de dez anos de luta contra o Papa-Léguas umbandista, ainda não senti que o esquema está desgastado, mesmo que tantas pessoas de nossa comunidade ainda insistam em não enxergar o óbvio oportunismo por parte de Rivas Neto, com suas mudança bruscas de conceitos, suas incoerências, a relatividade de suas "Verdades" ao capricho das ondas e dos ventos da Comunidade Umbandista.

Daqui a um ano, com certeza, ainda estarei por aqui refutando todas as bobagens, equívocos e inverdades que venham da parte da OICD, CONSUB, CONUB, FTU, ou seja lá quantas mais siglas sejam criadas e enfiadas guela abaixo nos Umbandistas.

Estarei aqui mostrando, sem firulas e os véus do medo, as iniciativas do próprio Papa-Léguas da Vila Alexandrina (e dos seus seguidores) que se tornam motivo de afagos intermináveis, felicitações, elogios e "pontos para a Umbanda", dando a impressão que a OICD, CONSUB, CONUB, FTU não são tentáculos de um mesmo polvo, como se por detrás de seus "presidentes" não houvesse a mão forte e onipresente de Rivas Neto.

O resultado do meu esforço, como sempre, será o mesmo.

O Papa-Léguas passará por mim a toda velocidade, buzinando o seu "Bip-Bip", enquanto eu, estupidamente, fico tentando descobrir o que deu errado em meus planos e, de uma hora para outra, me verei caindo no abismo.

Mas não ria, caro Irmão-de-Fé, porque a minha estupidez em tentar combater o Papa-Léguas é diretamente proporcional a sua de não conseguir enxergar o óbvio e, na maioria das vezes, se vender por status, diplomas, honrarias, cargos ou qualquer outro afago no seu ego por parte dele e dos outros "Papa Léguas" à ele associados.

Eu caio, mas você, assim como a Umbanda, cairá junto comigo.