O fenômeno do sincretismo religioso ainda é uma realidade no meio umbandista atual. Na verdade o comum é vermos os altares de nossos Terreiros tomados por imagens de Santos católicos e até mesmo deuses hindus e personalidade de outros sistemas filo-religiosos, como é o caso do Dr. Bezerra de Menezes.
Neste artigo, porém, vamos nos ater somente à questão do sincretismo afro-católico, que é o mais presente em nosso meio. Com a vinda dos negros escravos para o Brasil, com ele vieram suas tradições e crenças religiosas, sendo que proibidos pelos senhores-de-engenho de cultuarem seus deuses e sob a pressão dos padres católicos em convertê-los à religião católica, os negros adaptaram-se à situação.
Observando as características atribuídas aos Santos católicos ensinadas pelos catequistas, identificaram nelas traços de seus próprios Orixás, relacionando uns aos outros. Assim, então, o Orixá Ogum “transformou-se” em São Jorge, Oxossi em São Sebastião, Oxalá em Jesus Cristo e assim por diante.
Dentro das senzalas, armavam altares com imagem de santos católicos, mas atrás destes haviam os “otás”, elementos que representavam seus Orixás que, na realidade, eram os verdadeiros motivos de culto para os negros escravos. Com uma fachada externa que levava os Senhores-de-Engenho e seus feitores a acreditarem que os escravos haviam se convertido ao cristianismo, tinham eles a liberdade de honrar suas Tradições e crenças sem serem importunados ou castigados.
Vemos, portanto, que o sincretismo religioso surgiu da necessidade de adaptação dos negros para fugirem das proibições de seus senhores brancos. Mas, e hoje, temos necessidade disto? A resposta, infelizmente, não é tão simples...
Alguns estudiosos poderiam se apressar em responder que não necessitamos mais do sincretismo, visto que vivemos em um país livre e democrático que garante nossa liberdade de religião. Outros poderiam dizer que o sincretismo é um traço cultural que deve ser preservado.
Neste artigo, porém, vamos nos ater somente à questão do sincretismo afro-católico, que é o mais presente em nosso meio. Com a vinda dos negros escravos para o Brasil, com ele vieram suas tradições e crenças religiosas, sendo que proibidos pelos senhores-de-engenho de cultuarem seus deuses e sob a pressão dos padres católicos em convertê-los à religião católica, os negros adaptaram-se à situação.
Observando as características atribuídas aos Santos católicos ensinadas pelos catequistas, identificaram nelas traços de seus próprios Orixás, relacionando uns aos outros. Assim, então, o Orixá Ogum “transformou-se” em São Jorge, Oxossi em São Sebastião, Oxalá em Jesus Cristo e assim por diante.
Dentro das senzalas, armavam altares com imagem de santos católicos, mas atrás destes haviam os “otás”, elementos que representavam seus Orixás que, na realidade, eram os verdadeiros motivos de culto para os negros escravos. Com uma fachada externa que levava os Senhores-de-Engenho e seus feitores a acreditarem que os escravos haviam se convertido ao cristianismo, tinham eles a liberdade de honrar suas Tradições e crenças sem serem importunados ou castigados.
Vemos, portanto, que o sincretismo religioso surgiu da necessidade de adaptação dos negros para fugirem das proibições de seus senhores brancos. Mas, e hoje, temos necessidade disto? A resposta, infelizmente, não é tão simples...
Alguns estudiosos poderiam se apressar em responder que não necessitamos mais do sincretismo, visto que vivemos em um país livre e democrático que garante nossa liberdade de religião. Outros poderiam dizer que o sincretismo é um traço cultural que deve ser preservado.
Em verdade ao analisarmos profundamente o sincretismo religioso, chegamos a conclusão que, teologicamente, o mesmo não faz sentido. Porquê? Pelo simples fato que os Orixás, como forças espirituais, sempre existiram, ou sejam não passara a “existir” quando do surgimento da Igreja Católica e de seus Santos. Para deixar este ponto de vista mais claro, façamos uma pequena analogia:
A) Levando-se em conta que São Sebastião viveu por volta do ano 250 D.C, a linha ou vibração de Oxossi teria menos de 1.800 anos, ou seja, só teria passado a existir com a morte e conseqüente canonização do legionário romano.
B) São Jerônimo viveu de 347 DC a 420 DC, portanto a linha ou vibração de Xangô teria menos de 1.600 anos.
C) São Lázaro, contemporâneo de São João Batista, que viveu entre os anos 5 e 28 DC, o que faria a linha ou vibração de Yorimá (Pretos-Velhos, Obaluaye) tivesse menos de 1975 anos.
Baseados nisto, vemos que seria impossível que as sete linhas de Umbanda fossem sendo criadas aos poucos, dependendo da morte e posterior canonização dos Santos da Igreja romana.
Por outro lado, na visão prática, o sincretismo religioso ainda é necessário, apesar, de como já dissemos, não ter sentido teologicamente falando. Acontece que a Umbanda abarca vários graus de consciência, abraçando tanto o intelectual, quanto o analfabeto.
Diante de nossas Tradições de origem judaico-cristã, o Astral Superior permite o uso de imagens para que os mais simples, culturalmente falando, possam identificar as características dos Orixás nos Santos católicos, fazendo com que suas imagens sejam pontos de concentração e referência dos fiéis.
Acreditamos que com o passar do tempo e a evolução espiritual das humanas criaturas, estes artifícios utilizados pelo Astral Superior não serão mais necessários, visto que os véus que encobrem o entendimento pleno das coisas espirituais cairá completamente.