sábado, outubro 25, 2008

POBRE MENINA RICA

Eu acho que quem me vê, crê
Que eu sou feliz, feliz só porque
Tenho tudo quanto existe
Pra não ser infeliz

Pobre menina tão rica
Que triste você fica se vê
Um passarinho em liberdade
Indo e vindo à vontade, na tarde

Você tem mais do que eu
Passarinho, do que a menina
Que é tão rica e nada tem de seu

(Pobre Menina Rica - Carlos Lyra)

Depois de uma troca intensa de e-mails com a jornalista Virginia Rodrigues da "Revista Espiritual de Umbanda", em especial frente as intensas lamúrias da mesma em relação às dificuldades em se manter uma revista como esta em circulação, lembrei-me desta obra prima de Carlos Lyra e não podia deixar de fazer um paralelo.

Nas várias mensagens que trocamos na última quinta-feira, 23/10/2008, chamou-me a atenção alguns pontos expostos pela jornalista, em especial a afirmação de que os editores não recebem nenhum tipo de participação na venda da revista em banca e que percebem apenas um "pequeno pro labore" pelo trabalho que fazem.

Neste mesmo dia recebi a edição de número 19 da revista.

Por curiosidade, resolvi contar os anúncios publicados e cheguei ao número de dezesseis páginas de reclames para um total de sessenta e quatro, ou seja, 25% da revista é propaganda. Isto se não contarmos algumas matérias, que ao meu ver são pagas, como a que fala sobre os livros de Robson Pinheiro (com uma bela propaganda na última capa) e sobre a imagem de 25 metros que está sendo construída no Santúario Nacional de Umbanda, que é outro anunciante regular a publicação.

Obviamente, que isto (a propaganda) é natural quando se trata de uma publicação comercial.

As revistas lucram muito mais com seus anunciantes do que com a venda em banca, por isto publicações como "Veja", "Isto É" e "Playboy" têm mais de 35% de suas páginas recheadas de propaganda.

A questão é que a jornalista responsável pela "Revista Espiritual de Umbanda" tentou convencer este articulista de que, praticamente, trabalham de graça, em trôco de uma irrisória quantia (o tal "pequeno pro labore") e que tal publicação tem o objetivo maior de que a "Umbanda seja vista como a religião do futuro" (sic).

Pobre "revista" rica... as lamúrias foram tantas que quase peço o número da conta corrente da publicação afim de fazer uma doação.

Como sempre acontece neste maravilhoso mundo da Umbanda, a preclara jornalista inverte a situação, coloca a publicação, ela própria e o editor Marques Rebelo no papel de vítimas e este articulista no de vilão.

O errado sou eu por estar requerendo junto à Justiça a reparação por ter os direitos sobre os meus textos desrespeitados e não eles que o publicaram sem autorização, à minha revelia, mesmo diante da advertência de que nenhum dos meus escritos podem ser reproduzidos em veículos de comunicação que tenham fins comerciais.

A jornalista também afirma que a publicação conta com colaboradores que nada cobram para isto, mas esquece que JAMAIS entraram em contato comigo convidando-me a ser um deles, mas simplesmente, sem maiores cerimônias, publicaram meu texto, sem os créditos, sem as fontes, sob a alegação que o mesmo é "importante para a comunidade umbandista" (sic) e que a mesma deveria ter conhecimento dele.

Entrelinhas, o que a jornalista quis dizer é: nos reservamos ao direito de publicar qualquer coisa que julguemos relevantes à comunidade umbandista, independente dos direitos autorais ou autorização dos detentores dos mesmos.

Particularmente, só faço caridade, cortesia e auxilio com meus próprios recursos. Não lanço mão de propriedade alheia para cumprir minhas metas ou fechar meus trabalhos e, claro, quando reproduzo alguma matéria de terceiros aqui, busco autorização, assim com cito fontes e autoria.

O mais estranho nesta história toda, é que Marques Rebelo e "cia ltda", de uma hora para outra, ficou interessado em meu trabalho, no meu Terreiro, na minha história, chegando a propor (obviamente com a condição que os processos que movo contra eles sejam extintos) a fazer uma matéria de duas páginas comigo e meu grupo.

Mesmo diante do evidente OPORTUNISMO por parte da revista, visto que em 5 anos de existência, da cópia descarada de meu texto, jamais tiveram nenhum interesse em saber quem era o tal "Mestre Ubajara", o seu trabalho ou, vá lá, os motivos que me levam a ser ferrenho opositor de Rubens Saraceni e Rivas Neto, enquanto o grosso da comunidade umbandista "bate cabeça" à estes indivíduos.

Se tal convite não é OPORTUNISTA, tendo em vista a situação, não sei mais o que pode ser chamado assim.

Obviamente declinei do "convite", mesmo porque não tenho a menor intenção de aparecer em lugar algum, sendo que a minha "cota de publicidade" está esgotada faz tempo, e não desejo dar nenhum tipo de munição aos meus detratores e desafetos.

Por outro lado, não posso deixar de mencionar que grande parte das matérias da "Revista Espiritual de Umbanda" são reproduções de texto retirados da internet, com a devida menção de autoria e fontes (se existe ou não prévia autorização para tanto é outra história...) o que, incrivelmente, só não aconteceu no caso do meu artigo.

Para fechar com "chave de ouro", a jornalista afirma que nunca tinha visitado o meu blog, e que o texto foi retirado de outro site que, provavelmente, não me deu os créditos.

Sinceramente, não entendi o que isto muda ou isenta a revista de responsabilidade.

Pelo contrário, ao meu ver, é um "tiro no pé" já que evidencia, novamente, a falta de compromisso da publicação com a LEI, já que não se fazem de rogados ao copiar o que acham ser útil para o fechamento da edição, independente de haver (ou não) menção de autoria.

Minhas ações contra a "Revista Espiritual de Umbanda", assim como contra outras pessoas e instituições, estão muito além de uma (muito) provável reparação financeira. Servem, antes de tudo, como alerta aos muitos "aventureiros", em especial os contumazes difamadores e caluniadores, sejam eles quem forem, ligados à "Ordem", "Escola", "Colégio" que for, que não deixarei de levar os responsáveis às barras da Justiça.

Infelizmente, no Brasil, em especial no que diz respeito a uma certa escória que acredita que a internet é "terra de ninguém", que o "longo braço da Lei" é por demais "curto" para alcança-los, que o anonimato covarde é escudo para a impunidade, a única forma de mudar esta anarquia que virou a rede é mexer em alguns bolsos e, porque não, mandar alguns beócios caluniadores e difamadores para a cadeia.

Si vis pacem parabellum ("se queres a paz, prepara-te para a guerra") é o meu lema.

Como sempre, estou bem preparado.