sábado, outubro 25, 2008

POLÍTICA UMBANDISTA II

Nesta altura do processo eleitoral, apesar de estarmos na véspera do segundo turno das eleições para Prefeito, lembrei-me de que existe um candidato que se diz evangélico concorrendo à prefeitura de Belo Horizonte.

Aliás, diga-se de passagem, Belo Horizonte está MUITO MAL de candidatos.

De um lado, temos Leonardo Quintão, deputado federal pelo PMDB mineiro, filho de Sebastião Quintão, um fazendeiro riquíssimo, metido à pregador, que com seu falso sotaque caipira, sua pseudo-humildade e seu lema "Gente cuidando de Gente", nada mais é do que um agente do continuismo, da política caquética de troca de favores, nepotismo e loteamento de cargos, onde o grande apoiador é o ex-governador Newton Cardoso, que promoveu o mais desastroso e corrupto governo que o Estado de Minas Gerais já teve.

Como se não bastasse tudo isto, quando a família Quintão, na pessoa de seu patriarca Sebastião Quintão, assumiu a prefeitura da cidade de Ipatinga, além da prática descarada de nepotismo, dentre elas o acúmulo de duas secretarias pelo atual candidato à prefeito de Belo Horizonte, passou a perseguir espíritas, umbandistas e candomblecistas, dificultando ao máximo qualquer tipo de serviço ou assistência para quem não se declarasse evangélico.

A megalomania da família chegou ao ponto de o velho Quintão se declarar semelhante à Deus, já que questionado sobre o acúmulo de cargos de seu filho junto ao Poder Executivo municipal de Ipatinga declarou:

"Se Deus colocou seu Filho, Jesus Cristo, para representá-lo na terra, porque eu não posso ter o meu no governo?

Em outra ocasião, ainda diante das denúncias de nepotismo, Sebastião Quintão afirmou que não iria sujeitar a Prefeitura de Ipatinga aos "caprichos da Lei", em clara demonstração que não pautaria seu governo na legalidade.

A família Quintão, igualmente, é acusada pelo Ministério Público do Trabalho em manter mais de 240 trabalhadores em suas fazendas em situação análoga à escravos, além de acidentes e mortes serem comuns por lá, sem nenhuma assistência por parte da família que "cuida de gente".

Os videos abaixo confirmam isto:




Do outro lado, temos Márcio lacerda, apoiado pelo atual prefeito Fernando Pimentel e pelo governador Aécio Neves.

No que pese não ter sido indiciado, é acusado de favorecimento no caso do "Mensalão", sendo que é um candidato artificial, sem a menor experiência como governante, um "hibrido" nascido do oportunismo do atual governador (de olho na presidência da República) e do prefeito Pimentel (de olho no governo do Estado).

O que faz, no meu entender, Márcio Lacerda ser MENOS PIOR que Leonardo Quintão é o fato de não estar ligado a nenhum movimento religioso, em especial ao meio evangélico. Em termos de denúncia de corrupção, no entanto, ao que parece, os dois estão empatados.

Particulamente, acredito que a família Quintão, apoiado pelo corrupto ex-governador Newton Cardoso, de tendências absolutistas e teocráticas é um perigo para os umbandistas, candomblecistas, espíritas e espiritualistas em geral.

Apesar da garantia constitucional da liberdade de culto, já tivemos notícias de governos liderados por evangélicos dificultarem, e até mesmo excluirem, as manifestações afro-descendentes das programções oficiais como aconteceu, por muitos anos, em São José do Rio Preto onde o Conselho Afro do município, em clara contradição, era gerido por evangélicos que deixavam de fora das comemorações do mês da Consciência Negra os Terreiros de Umbanda e Candomblé.

Não vou fazer apologia ao voto nulo ou branco, já que também não acredito que este seja o caminho. Quero apenas exortar aos meus Irmãos Umbandistas, Candomblecistas, Maçons, Rosacrucianos, assim como nossos co-Irmãos Espíritias e Espiritualistas, que votem de forma consciente, sem se deixar levar pelo populismo, frases piegas ou propostas absurdas.

De minha parte, acredito que entre a corrupção e a ditadura evangélica, não devemos ficar com nenhum.

Mas como alguém deve ser eleito, que não seja um candidato comprometido até o pescoço com o fascismo teocrático dos evangélicos que, com certeza, desejam dominar os Poderes deste País e, sem sombras de dúvidas, como já tivemos casos de Leis que tentaram restringir de alguma forma as práticas religiosas afro-descendente, sem falar no projeto (PL 2623/07), de autoria de uma deputado federal, evangélico, Victorio Galli (PMDB-MT - o mesmo partido do Quintão), que ataca católicos ao tentar acabar com o feriado de Senhora Aparecida e tirar o título de "Padroeira do Brasil" da santa de devoção de milhares de brasileiros.

Mas como política também tem um lado cômico, fecho este artigo (tardio) com o excelente video do humorista Tom Cavalcante contra o candidato Quintâo:



Voto consciente: isto dá para fazer.