sexta-feira, outubro 31, 2008

PEDRA DA TUMBA

Alguém disse certa vez que viveremos mil anos e não deixaremos de nos surpreender com as pessoas e com o mundo em geral.

É o que vem acontecendo comigo em relação à Rivas Neto e a OICD há, pelo menos, dez anos.

Hoje, ao verificar meus e-mails, deparei-me com a informação, de fonte fidedigna, que no rito de Exu realizado recentemente nas dependências da FTU/OICD, houve, o que outrora Arapiaga tratava de "coisa do baixo astral", "prática de kiumbas", "famigerada", a matança de dezenas de animais diversos.

O e-mail, da parte do Sr. Eduardo Parra (Yabhaktiswara), participante do citado ritual, fala o seguinte, in verbis:

(...)

Havia também entre o recinto do templo e a casa de Exu, uma bastante extensa `entrega` para Exu constituida de parte do axé de dezenas de animais diversos sacrificados. E muitos irmãos acostumados com a associação da OICD com ritos altamente esotéricos podem ficar boqueabertos com isso e ensaiar criticas mas temos que convir que a dita ordem vem se adaptando as necessidades mais urgentes da massa umbandista inclusive se travestindo para atender as espectativas desse povo que ainda corre invariavelmente atrás dos terreiros em busca de festas ou para resolver seus casos que nunca terminam. Isso é nível de consciência e cremos que gradativamente vai mudando mas a OICD só reforça que a nível macro essa mudança é lenta e nós esotéricos nos fechando em nossos templos sagrados não conseguimos atingir uma gama maior de pessoas nos limitando a pequenos grupos dos que buscam mais a essência do que a forma, mas a OICD está fazendo uma intermediação entre esses vários aspectos da Umbanda, que são partes de nós mesmo, e rogo a Oxalá que lhe afortunem com a glória e, que assim como eles toda Umbanda possa se multiplicar e se unir independente de suas particularidades individuais mas como um obra coletivo de transformação do homem para a nova era dourada que há de vir.

Não entrarei no mérito da questão, não refutarei os argumentos apresentados pelo Sr. Eduardo Parra, não citarei dezenas de trechos das obras de Rivas Neto falando, de forma categorica, contra a matança de animais.

Não vale a pena.

A única coisa que desejo deixar registrado é que apesar de inscrito na lista "Saravá Umbanda", assim como em outras dezenas de fóruns, não venho me manifestando exatamente para não gerar tumulto nas listas, ainda mais sendo todas elas "monitoradas" por meus muitos desafetos. Foi-se o tempo em que gostava de sentir a adrenalina correndo no sangue diante de calorosos "arranca-rabos" dentro das listas, a intermináveis réplicas e, como não podia deixar de ser, a troca de "elogios" entre os contendores.

Por outro lado, quando resolvo manifestar-me faço com meu nome e meu e-mail, não necessitando usar de pseudônimos ou contas de e-mail "fake", mesmo porque não temo minimamente meus opositores, pois já conheço todas as "manhas e artimanhas" dos mesmos. Felizmente, pelo menos para mim, as inovações desta corja fica apenas no campo doutrinário, não nas estratégias de ataque à minha pessoa.

Estou esclarecendo isto, afim de que pessoas que, assim como eu, usam a cabeça para pensar, e que eventualmente aponte contradições entre os escritos de Rivas Neto e o que pratica efetivamente, não venham a ser confundidas comigo (como está ocorrendo na citada lista). Obviamente não sou o único que leu todas as obras, de "capa-a-capa" de Mestre Arapiaga e, com mais certeza ainda, não é exclusividade minha detectar óbvias contradições entre o discurso e a prática.

Não há nenhum sentido em, sendo pública e notória minha oposição ferrenha à Rivas Neto, eu expor qualquer opinião, seja onde for, atrás da capa do anonimato ou de uma personagem e, com certeza, não o faço.

De toda forma, sinto-me muito bem em saber que sou o "inimigo nº 1" da OICD, pois basta que alguém questione algo para logo a minha apagada pessoa ser lembrada. Isto é sinal de que meus textos e posicionamentos andam incomodando muito por ai.

Acredito, sinceramente, que "cobra cega" são pessoas que seguem conceitos e preceitos contraditórios, completamente divorciados de bom senso ou, no mínimo, uma explicação coerente e plausível para mudanças tão bruscas de rumo, aplaudindo de pé qualquer flatulo emitido por Rivas Neto (ou qualquer outro religioso) e que o mesmo credite à uma "revelação do astral superior".

Diferente de muitos, inclusive os ignorantes que traduziram meu nome iniciático por "cobra cega", meu olhos estão muito abertos, me fazendo enxergar longe no horizonte e orientando meus caminhos.

Pelo visto, outras pessoas começaram a enxergar também.