terça-feira, janeiro 20, 2009

EXERCITANDO A TOLERÂNCIA HIPÓCRITA E CONVENIENTE

A "moda" ultimamente é ser tolerante, aceitar as diferenças, a diversidade, as várias formas de "vivenciar" e "fazer" Umbanda.

Além de "tolerância", "convergência", "diversidade", e todo aquele papo-furado de que existem "várias umbandas", que cada um sente, vive, pratica a religiosidade de acordo com o seu entendimento, que o não podemos ser "singulares" em nossa visão, "blá, blá, blá", somos conclamados a aceitar qualquer coisa como sendo "Umbanda" e achar tudo muito certo, bonito mesmo.

O interessante é que a turma da OICD, em especial o bufão prolixo do João Carneiro, verdadeiro "relações públicas" do CONSUB/CONUB/FTU/OICD (que em termos práticos são a mesmíssima coisa, todos comandados por Rivas Neto através de seus discípulos e aliados) ficam com este discurso hipócrita, mas basta que apareça alguém com uma visão diferente ou que não concorde com as patacoadas deles, que o "tempo" fecha.

Esta "tal liberdade" pregada por esta gente, em verdade, nada mais é do que uma imposição da visão de Rivas Neto, da OICD e de todas as outras siglas que ele comanda à comunidade umbandista.

Prova disto é a forma com que o "ministério da propaganda" da OICD IMPÕE esta visão, bombardeia todos diariamente em centenas de listas de discussões e comunidades virtuais, agindo de forma intimidatória, repressiva mesmo, contra qualquer um que discorde da "luminada visão" do pseudo-hierofante que eles seguem de forma cega, sem questionamentos ou dúvidas.

Experimente, caro leitor, dar uma opinião contrária a qualquer uma das iniciativas de Rivas Neto ou mesmo falar algo contra a sua obra, que você será bloqueado na maioria das listas senão for sumariamente excluido.

A liberdade que este povo tanto prega, a tolerância, o respeito à diversidade acaba no momento que o "yamunishida" ou qualquer um do seus "altos sacerdotes" (leia "Obashanan, Araobatan, Aramaty, etc..) são enfretandos ou replicados nas listas, em especial aquelas moderadas pelos eternos puxa-sacos. 

Como podemos ver, o discurso é bem diferente da prática.

Os leitores assíduos deste blog já devem ter lido a série de textos que intitulei de "Histórias que o povo (não) conta". Todas as histórias ali contadas são, infelizmente, verdadeiras. Obviamente, por questões legais, não identifico os envolvidos, mas tenha certeza que cada palavra é real.

Seria interessante saber da parte dos "tolerantes convergencionistas", se situações como aquelas narradas também fazem parte da "diversidade" de ritos e práticas, coisa que merecem o nosso respeito.

Ontem, recebi um e-mail onde era informado que um determinado "babá" ensina em seu "terreiro" que o tipo de sangue mais importante dentro dos rituais "esotéricos" é o chamado "sangue branco", ou seja, o sêmem. Na verdade ele acha tão importante o uso desta secreção corporal em seus rituais, que colhe pessoalmente de seus "filhos", sem perder uma só gota.

Por outro lado, não faz muito tempo, tive notícias de uma determinada "mãe-de-santo" que "incorporada" com sua "pomba-gíra", com a desculpa de reavivar o "àsé", escolhia algum homem da assistência afim de manter relações sexuais com o mesmo, isto com a conivência de seu próprio marido e dos demais médiuns da corrente.  

Ah!, sim... com certeza logo se apressarão em dizer que "isto não é umbanda", que não faz parte dos "rituais" e da "tradição" de nosso religião, que isto é um "desvio moral", e todo o "blá, blá, blá" hipócrita de sempre.

Pois bem...

Sendo assim, este papo de "diversidade", "tolerância" e "toda a forma de vivenciar a Umbanda é certa", não passa de uma imensa balela religiosa, um discurso vazio, holy shit.

O mesmo princípio para se condenar umbandistas que são contra o sacrifício de animais, as fantasias de "exus", os cocares kilométricos, fetichismos e práticas estranhas à religião, devem ser aplicados nestas ocorrências escabrosas, sob pena deste discurso farisaico cair por terra.

Acontece que, obviamente, o sexo, assim como a prática da assim chamada "magia sexual" não é tolerado, pelo menos de forma aberta, pela comunidade umbandista e a sociedade como um todo. Logo dirão que tais práticas se prestam à "magia negra" e tudo mais...

Mas, da mesma forma que somos acusados de intolerantes por não aceitarmos a matança, as fantasias que mais parecem coisas para bailes carnavalescos, por não sermos os "donos da veradade", qual a base então, que este bando de fariseus terá em condenar estas práticas?  

Sim, porque se tudo é permitido, tudo é "diverso", tudo deve ser tolerado, seja o sacrifício, a apometria, as capas e tridentes, os mantras indianos, porque não tolerar o tantrismo negro dentro de nossos Templos?

Talvez fosse interessante também forncermos "ervas do poder" aos nossos Caboclos, haja vista que quando encarnados faziam uso, tradicionalmente, deste tipo de elemento.

Mas quando a tolerância e a diversidade trombam com a MORALIDADE e a LEGALIDADE, não é tão fácil assim manter o discurso, não é mesmo? Então, a partir destes dois conceitos, que nos servem de manto, podemos condenar e rotular istou ou aquilo como não sendo de Umbanda.

Então, a tolerância acaba, a diversidade fica restrita às nossas própria concepções e a convergência se transforma, rapidamente, em divergência.

A matança e as fantasias carnavalescas, são toleráveis porque aceitas por uma maioria. As práticas "rituais" envolvendo sexo não o são, porque DIVERGEM desta mesma maioria.

Sendo assim, o ponto fundamental deste papo de "diversidade" e "tolerância", longe de se alicerçar em critérios filosóficos, segue uma regra matemática, praticamente estatística, que poderiamos resumir em uma máxima:

"Toleramos a diversidade, desde que a maioria assim a considere aceitável".

Assim sendo, não é tolerância e sim conveniência.