Alguns leitores devem estar estranhando o título deste artigo, talvez por não conhecerem (ou não se lembrarem) da velha fábula do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen chamada "A Roupa Nova do Rei".
Para refrescar a memória dos que já conhecem e dar uma noção para os que não, esta é a história de um Rei muito vaidoso, que sempre queria uma roupa mais espetacular e extravagente que a outra. Um dia apareceram dois estrangeiros, na verdade vigaristas, que se gabavam de fabricar os melhores e mais finos tecidos do mundo.
Não só os padrões e as cores eram fora do comum, como, também as fazendas tinham a especialidade de parecer invisíveis às pessoas destituídas de inteligência, ou àquelas que não estavam aptas para os cargos que ocupavam.
Na verdade era tudo um engodo.
Não existia tecido algum, mas mesmo assim o Rei, para não ser considerado uma pessoa sem inteligência ou inapto para exercer seu poder, assim como seus Ministros e demais participantes da Corte, fingiam enxergar tal tecido, chegando ao cúmulo do Monarca apresentar-se em público completamente nu.
Todos os cidadãos fingiam ver a "roupa nova" do Rei. Porém, uma criança que estava entre a multidão, em sua imensa inocência, achou aquilo tudo muito estranho e gritou:
- Coitado!!! Ele está completamente nu!! O rei está nu!!
O povo, então, enchendo-se de coragem, começou a gritar:
- Ele está nu! Ele está nu!
O que vem acontecendo dentro do atual Movimento Umbandista, salvo honrosas exceções é exatamente isto.
Muitos andam fingindo ver a "roupa nova do Rei", apenas para não serem adjetivados como retrógados, ineptos ou estáticos. Não importa se a doutrina "ontem" falava que isto ou aquilo era errado e que hoje, por força de uma "revelação" do "Astral superior", passa a ser o certo.
Questionamentos? Nem pensar.
Quando alguém, achando aquilo tudo muito estranho, ousa colocar em dúvida tais ensinamentos contraditórios passa a ser atacado das mais solertes maneiras possíveis. Os que se arriscam a tentar explicar as contradições, se perdem em retóricas vazias, em discursos prolixos que mais confundem do que esclarecem. Mesmo assim, entrelinhas, deixam claro que aqueles que não se curvam aos superiores e profundos ensinamentos do Mestre "X" ou "Y", não passam de pessoas sem a visão espiritual ideal, sem a percepção e até mesmo a inteligência necessária.
Enfim, "modus operandi" típico de fanáticos, ligados à "Mestres" que estimulam e encorajam tal fanatismo.
Saindo do campo doutrinário, vemos esta questão nas práticas e ritos. É muito comum vermos "médiuns" que se deixam levar por sugestões, afirmações e "exemplos" (por falta de palavra melhor) de outras pessoas.
Temos aqueles que ansiosos para receberem a "traquina" criança, o "poderoso" caboclo e o "humilde" Pai Preto (mas principalmente, o todo-poderoso "exu"), insistem em saber o nome de "suas" entidades, mesmo que não tenham sentido um mero "vento" da presença delas. O sacerdote, talvez levado pela vaidade de "tudo saber e poder", fornece vários nomes, induz o pobre médium a acreditar que aqueles que ele diz são os mentores da iludida criatura e, pouco tempo depois, já vemos o Pai "X", o Caboclo "Y" e o Exu "Z" se manifestando, com os mesmos nomes, do jeito que o cônscio "Zelador" descreveu.
Normalmente tais pessoas, no afã de "desenvolver as entidades", ficam por ai a pedir informações sobre elas, tais como ponto cantados, riscados, roupas, hábitos e até, pasmem, história de vida das mesmas. Recebem tais "informações" hoje, via listas de discussão ou comunidades de relacionamento na internet, e na próxima gíra tudo que "aprendeu" já fará parte da "portentosa entidade" que ela recebe.
Afinal de contas, em um meio onde se vive pregando humildade, tolerância, igualdade, etc, conceitos estes, como já disse em outro artigo, que a maioria que os prega e exige não têm a mínima noção de seu real significado e, pior, não o praticam no dia-a-dia, não enxergar "a nova roupa do Rei" é motivo de desconfiança, chacota ou inaptidão para o "cargo" de médium.
O médium de Umbanda deve antes de tudo apreciar, entender e ver a própria "roupa" que veste. Quero dizer com isto que devemos conhecer nossas limitações como pessoas, como seres espirituais e não buscarmos tentar ser mais do que realmente somos. O Templo Umbandista não é local para vaidades, fofocas, julgamentos de nenhuma espécie e sim um local de orações, onde a tão propagada (e tão pouca praticada) CARIDADE deve ser exercida.
Não se deixe levar pela vaidade de pompas, nomes, cargos, adereços luxuosos. Nenhuma Entidade de Fato e de Direito necessita disto. Estas são coisa humanas e não ligadas à Seres que há muito não resgatam na penumbra da forma.
Se assim não agirem e pensarem, por mais "bonitas" e "poderosas" que outros (ou você) julguem ser suas Entidades, corre-se o risco de um dia ouvir no meio da assistência:
"O Umbandista está nu !!! Completamente nu !!!"
Para refrescar a memória dos que já conhecem e dar uma noção para os que não, esta é a história de um Rei muito vaidoso, que sempre queria uma roupa mais espetacular e extravagente que a outra. Um dia apareceram dois estrangeiros, na verdade vigaristas, que se gabavam de fabricar os melhores e mais finos tecidos do mundo.
Não só os padrões e as cores eram fora do comum, como, também as fazendas tinham a especialidade de parecer invisíveis às pessoas destituídas de inteligência, ou àquelas que não estavam aptas para os cargos que ocupavam.
Na verdade era tudo um engodo.
Não existia tecido algum, mas mesmo assim o Rei, para não ser considerado uma pessoa sem inteligência ou inapto para exercer seu poder, assim como seus Ministros e demais participantes da Corte, fingiam enxergar tal tecido, chegando ao cúmulo do Monarca apresentar-se em público completamente nu.
Todos os cidadãos fingiam ver a "roupa nova" do Rei. Porém, uma criança que estava entre a multidão, em sua imensa inocência, achou aquilo tudo muito estranho e gritou:
- Coitado!!! Ele está completamente nu!! O rei está nu!!
O povo, então, enchendo-se de coragem, começou a gritar:
- Ele está nu! Ele está nu!
O que vem acontecendo dentro do atual Movimento Umbandista, salvo honrosas exceções é exatamente isto.
Muitos andam fingindo ver a "roupa nova do Rei", apenas para não serem adjetivados como retrógados, ineptos ou estáticos. Não importa se a doutrina "ontem" falava que isto ou aquilo era errado e que hoje, por força de uma "revelação" do "Astral superior", passa a ser o certo.
Questionamentos? Nem pensar.
Quando alguém, achando aquilo tudo muito estranho, ousa colocar em dúvida tais ensinamentos contraditórios passa a ser atacado das mais solertes maneiras possíveis. Os que se arriscam a tentar explicar as contradições, se perdem em retóricas vazias, em discursos prolixos que mais confundem do que esclarecem. Mesmo assim, entrelinhas, deixam claro que aqueles que não se curvam aos superiores e profundos ensinamentos do Mestre "X" ou "Y", não passam de pessoas sem a visão espiritual ideal, sem a percepção e até mesmo a inteligência necessária.
Enfim, "modus operandi" típico de fanáticos, ligados à "Mestres" que estimulam e encorajam tal fanatismo.
Saindo do campo doutrinário, vemos esta questão nas práticas e ritos. É muito comum vermos "médiuns" que se deixam levar por sugestões, afirmações e "exemplos" (por falta de palavra melhor) de outras pessoas.
Temos aqueles que ansiosos para receberem a "traquina" criança, o "poderoso" caboclo e o "humilde" Pai Preto (mas principalmente, o todo-poderoso "exu"), insistem em saber o nome de "suas" entidades, mesmo que não tenham sentido um mero "vento" da presença delas. O sacerdote, talvez levado pela vaidade de "tudo saber e poder", fornece vários nomes, induz o pobre médium a acreditar que aqueles que ele diz são os mentores da iludida criatura e, pouco tempo depois, já vemos o Pai "X", o Caboclo "Y" e o Exu "Z" se manifestando, com os mesmos nomes, do jeito que o cônscio "Zelador" descreveu.
Normalmente tais pessoas, no afã de "desenvolver as entidades", ficam por ai a pedir informações sobre elas, tais como ponto cantados, riscados, roupas, hábitos e até, pasmem, história de vida das mesmas. Recebem tais "informações" hoje, via listas de discussão ou comunidades de relacionamento na internet, e na próxima gíra tudo que "aprendeu" já fará parte da "portentosa entidade" que ela recebe.
Afinal de contas, em um meio onde se vive pregando humildade, tolerância, igualdade, etc, conceitos estes, como já disse em outro artigo, que a maioria que os prega e exige não têm a mínima noção de seu real significado e, pior, não o praticam no dia-a-dia, não enxergar "a nova roupa do Rei" é motivo de desconfiança, chacota ou inaptidão para o "cargo" de médium.
O médium de Umbanda deve antes de tudo apreciar, entender e ver a própria "roupa" que veste. Quero dizer com isto que devemos conhecer nossas limitações como pessoas, como seres espirituais e não buscarmos tentar ser mais do que realmente somos. O Templo Umbandista não é local para vaidades, fofocas, julgamentos de nenhuma espécie e sim um local de orações, onde a tão propagada (e tão pouca praticada) CARIDADE deve ser exercida.
Não se deixe levar pela vaidade de pompas, nomes, cargos, adereços luxuosos. Nenhuma Entidade de Fato e de Direito necessita disto. Estas são coisa humanas e não ligadas à Seres que há muito não resgatam na penumbra da forma.
Se assim não agirem e pensarem, por mais "bonitas" e "poderosas" que outros (ou você) julguem ser suas Entidades, corre-se o risco de um dia ouvir no meio da assistência:
"O Umbandista está nu !!! Completamente nu !!!"