quinta-feira, janeiro 22, 2009

ROBSON PINHEIRO: ADDENDUM

O médium Robson Pinheiro, autor de obras conhecidas como "Tambores de Angola", "Aruanda" e a trilogia "Legião", respondeu pessoalmente a um e-mail que enviei tecendo algumas considerações sobre o que foi falado no programa "Horizontes", que vai ao ar pela Rádio Mundial todos os domingos às 10:00 horas, sobre "Exus e Guardiões".

Além de reclamar da minha "forma verbal" de me expressar (no que pese ele e o seu produtor contarem algumas histórias onde não foram menos diretos e incisivos com algumas pessoas, inclusive tratando uma inconveniente como "vaca" - vide o programa do dia 30/11/2008), o conhecido escritor "escorregou" em alguns pontos importantes de minhas considerações, em especial confundiu "linguística" com "teologia".

Insistiu que a questão da origem do termo "pomba-gíra" (corruptela de "Pambu Njila" ou "Bombo Njila", no dialeto kikongo, entidade MASCULINA da mitologia Bantu, cuja a contraparte feminina é chamada de Vangira¹) é uma mera questão "teológica". (esta epidemia de "ignorância linguística" está se espalhando, pelo jeito... de São José do Rio Preto para o mundo...)

Infelizmente o teor do e-mail de Robson, demonstra que as contradições entre o que se escreve, assim como o que se fala, não é algo exclusivo dos escritores e "líderes" umbandistas.

Em seus livros, Robson expõe conceitos, cria "doutrina", coloca a Umbanda como uma espécie de linha auxiliar do Kardecismo.

No programa de rádio, tece comentários do tipo "entidades não recebem 'despachos' em encruzilhadas" e as que o fazem estão ligadas aos "mediuns menos esclarecidos" e que seriam entidades "inferiores", que acender velas, cantar pontos e tudo mais, são coisas "absolutamente desnecessárias".

Então, escrevo que foram ditas MONTES DE BOBAGENS e ele acha ruim.

O que não dá para entender é Robson, em vários momentos do seu longo e-mail, afirmar e reafirmar que não sabe nada sobre Umbanda, que não tem nenhuma afinidade com este tipo de trabalho, que não é estudioso da matéria, mas insiste em continuar escrevendo sobre o tema.

In verbis:

(...)

Bem, sempre eu falei em meus programas de rádio e em matérias escritas, palestras e outras formas de divulgação, que não sou umbandista, não entendo nada da doutrina de Umbanda e que o que falo é apenas um ponto de vista apresentado tanto pelos espíritos que nos orientam quanto pelos estudos realizados a partir do que escreveram. Eles próprios nunca falaram a respeito da "doutrina de Umbanda" pelo menos para mim.

(...)

Não pretendo falar a umbandistas, e nem aos praticantes do candomblé. Não tenho afinidade pessoal com o estilo de culto...

No que pese a auto-crítica, o escritor mineiro entra em contradição ao insistir em falar de Umbanda, inclusive tecendo conceitos, dizendo o que é ou não necessário em sua ritualistica, sem ter "conhecimento" ou "afinidades" com a Lei de Umbanda.

Tenho uma fé patente que o Mundo Espiritual não é um lugar onde reina a confusão, pelo contrário. Independente da missão dos Espíritos, a quais tarefas estão designados, os conceitos são ABSOLUTOS, não variando por conta de época ou qualquer convenção (ou conveniência) humana.

Se os espíritos que assistem Robson Pinheiro são os responsáveis pelos conceitos que expõe em suas obras, realmente existe alguma coisa errada com o médium, como instrumento de comunicação, e/ou com as entidades que através dele se manifestam.

A Espiritualidade, independente de onde e da forma com que se manifesta, é UMA SÓ. Se os espíritos de alta envergadura, como aqueles que supostamente se comunicam através da mediunidade de Robson, passam a expor "opiniões próprias", divorciadas de uma realidade doutrinária ESPIRITUAL (não humana), algo está errado, MUITO ERRADO.

No final, Robson alerta que o meu email será lido no próximo programa, como se isto fosse uma espécie de "punição" por minha ousadia em contestá-lo.

É claro que espero receber uma "descompostura" no ar tanto dele como de seu produtor, o Leonardo, que já avisou que adora "bater boca". Obviamente, dependendo do nível da coisa e diante da impossibilidade de uma resposta fácil como foi para ele refutar o que escrevi, pretendo recorrer aos meios legais para ter direito à respondê-lo no ar.

Portanto, todos com seus rádios sintonizados na Rádio Mundial (FM 95,7 - AM 660), às 10:00 horas da manhã do próximo domingo ou através do site daquele veículo de comunicação.

Com certeza, esta história vai render... e muito. =)

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¹ Tata Kisaba Kavinajé