quinta-feira, julho 10, 2008

VIDA DE OVELHA

Todos os dias levanto cedo, sento diante do computador e leio as notícias do dia, acessando os sites dos maiores e mais prestigiados jornais brasileiros e estrangeiros. Gosto de ser uma pessoa bem informada, porque acredito que o conhecimento é o que nos liberta das amarras políticas, sociais e religiosas.

Hoje chamou minha atenção a notícia do "suicídio coletivo" de 450 ovelhas em um cidade da Turquia. Os animais, sem motivo ou causa aparente, saltaram para a morte em um penhasco próximo ao pasto que se encontravam. Uma, certamente a líder, pulou e foi seguida pelas demais, sob os olhares atônitos dos pastores, que conseguiram conter o restante do rebanho para que a tragédia não fosse maior.

Fazer um paralelo entre este fato e o presente estado de coisas dentro da Umbanda foi inevitável.

A grande massa umbandista age como ovelhas submissas aos seus "pastores", sem a coragem de questionar, exigir ou pleitear nada. Aceitam passivamente as determinações de seus "líderes", os seguem de forma cega, mesmo que fora de suas vistas (ou seja, às suas costas...) demonstrem seu descontentamento, inclusive em relação às outras ovelhas.

A verdade é que este monte de ovelhas está descontente com o seu pastor, com seu aprisco, com a vida que leva. Mas não faz nada, absolutamente nada, para mudar sua vidinha. Quando resolvem tomar a frente de algo, ficam indefinidamente pensando, planejando, projetando, sem nenhuma ação concreta. Ao ter oportunidade de mudar efetivamente alguma coisa, seu espírito ovino não permite que ultrapasse barreiras, contorne obstáculos.

A "ovelha umbandista", em especial aquela que veste sua "pele" somente nos dias de gíra em seu Terreiro, prefere calar sua própria consciência, engolir seco a sua insatisfação do que, de forma concreta, lutar por uma melhoria de condições para si mesmo e aqueles que, muitas vezes hipocritamente, chama de "irmãos".

E quando a oportunidade de melhora surge, a "ovelha" prefere, como sempre, olhar para o seu próprio umbigo (ah!, e como temos "ovelhas" que se acham o centro do universo por estes Terreiros afora...) e por questões pessoais, interesses individuais superando os coletivos, em especial para evitar seu "castigo" de ir para uma "sala de aula", onde ela julga não ser o seu lugar, porque já leu tudo que Robson Pinheiro e Zibia Gasparetto escreveram, faz como Pedro: nega por três vezes sua própria consciência, ignora o planíce verdejante que se estende diante de seus olhos e salta para o precipício levando outras tantas "ovelhas" cegas e sem rumo como ela à "morte".

No caso dos Terreiros de Umbanda, não falamos da morte física... claro que não. Falamos da morte da consciência, do caráter, da personalidade. Nos referimos aqui à incapacidade de identificar uma falha dentro de suas comunidades e lutar para que isto mude. Estas ovelhas preferem frases de efeito do tipo "que os Mentores do astral superior, nos dê sabedoria para ministrar nossos trabalhos com cautela e prudência'', do que, efetivamente, tirar das mãos deste "astral superior" (ainda bem que escreveu em minúsculas...) a responsabilidade que não é dele e sim própria.

O mais engraçado é que as "ovelhas" que adoram frases de efeito e se julgam o
centro do universo, são as primeiras a evocar auxílio do "astral superior", pedir "cautela", mas fala de e contra todos, alimenta intrigas, fofocas e picuinhas variadas. São estas "ovelhas" que vivem omitindo julgamentos em relação às demais, incluso sobre suas capacidades mediúnicas, mas se sente muito injuriada, ultrajada mesmo, se fazem o mesmo em relação à ela.

Esta espécie de "ovelha", ao invés de pedir este tipo de coisa ao "astral superior", deveria é rogar aos Senhores d' Aruanda que alicerçassem melhor seu caráter.

Enfim, este tipo que pulula, contamina nossos Terreiros tem nome: LOBO EM PELE DE OVELHA.

Se afastem deste tipo, assim como dos maus pastores, para que não saiam por ai saltando em precipícios.

"Os aduladores são como as plantas parasitas que abraçam o tronco e ramos de uma árvore para melhor a aproveitar e consumir." (Marquês de Maricá)