terça-feira, julho 01, 2008

A UMBANDA NÃO PRECISA DE POLÍTICOS

Algumas coisas me irritam profundamente no meio umbandista, mas nada supera esta campanha política maciça que vem sendo feita em TODAS as listas de discussões pelo tal "pai" Guimarães d'Ogum.

O cara está se achando "o" candidato umbandisa, um espécie de sentinela e defensor da Umbanda, como se a nossa religião, assim como qualquer outro segmento filo-religioso, necessitasse realmente de uma representante político.

A coisa já começa mal na base.

No site "Guerreiros do Axé" vemos a seguinte informação:

"Na ultima eleição, os candidatos Dr. Basílio (6900 votos), Dr. Hédio (22800Votos) ambos ao cargo de deputado federal e Pai Guimarães (13.076Votos) candidato a deputado estadual, foram adversários e ainda tiveram que enfrentar a divisão das lideranças que apoiaram outros candidatos, isto fez e vinha fazendo com que a Umbanda e o Candomblé não construíssem uma representatividade política oriundo de suas bases e conhecedora de suas raízes e dificuldades." [negrito e itálico nossos]

É como eu sempre digo: político é tudo igual. Suas alianças são feitas não por conta de uma unidade de pensamento político e propostas concretas e sim pela conveniência do momento, buscando se favorecer, pegando carona no prestígio alheio, consequentemente no eleitorado do outrora adversário, hoje aliado.

Em verdade, toda esta movimentação e o uso dos nomes da Umbanda e do Candomblé por estes e tantos outros candidatos nas próximas eleições é, assim como a aliança acima citada, pura conveniência. Falar que as Religiões precisam de representantes políticos para terem seus direits defendidos é uma bazófia, verdadeira "conversa para boi dormir".

As Leis brasileiras garantem o a liberdade de culto, assim como punem qualquer tipo de desrespeito ou ataque as convicções religiosas. A Constituição Federal garante à mim, à você, enfim, à todos nós, adorarmos "o Deus" onde, quando e da maneira que quisermos.

As pessoas que baseiam suas candidaturas na religião demonstram falta de respeito não somente à fé que dizem professar e querem "defender", mas também aos seus praticamentes. Todo adulto sabe muito bem como funciona a política neste nosso país e, a exemplo da Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Renascer e Cristo, quando se mistura polítca e religião a coisa acaba no Departamento de Polícia Federal e em nossos Tribunais.

Estes senhores, no meu entender, não querem ser eleitos para defender nada, exceto a própria existência. O melhor emprego que alguém pode querer neste nosso país é ser parlamentar. Quer coisa melhor do que trabalhar somente 3 dias na semana, aumentar o próprio salário (que é vultuoso), receber 13º, 14º e 15º salários, viver do bom e do melhor e ainda, em determinados casos, se aproveitar de uma tal "imunidade (impunidade) parlamentar"?

No site da FTU (que está fora do ar neste momento, por problema técnicos), em um dos locutórios vemos a seguinte colocação:

"Em relação á política a Umbanda precisa de independência e austeridade ética, não se dando a partidos, algo que enfraquce suas funções ético-teológica."

No que pese o ineditismo de eu concordar com algo que venha da turma do Rivas Neto, tenho de dar o braço a torcer à esta colocação, já que independência, austeridade e ética é o que vem fazendo falta, há muito tempo, no nosso meio.