quarta-feira, abril 30, 2008

Reconhecimento Sacerdotal: de quem, por quê, para quê?

Existe um bando de gente sem o que fazer nesta "Umbanda de Todos Nós", agindo de forma tão desonesta, contraditória e espúria, que nem Exu consegue dar conta de tanta hipocrisia e conversa fiada.

Depois de tanta patacoada, de tantas invencionisses no meio, agora temos a palavra de ordem que é "reconhecimento sacerdotal". Então, como eu já saquei um pouco o que este povo anda fazendo, vou responder às três perguntas do título deste artigo:

DE QUEM?

Ora, dos "donos da banda". Quem são eles? No atual momento do Movimento Umbandístico, Srs. Rubens Saraceni e Rivas Neto, seguido de pertos pelos seus díscípulo e todo o séquito de puxa-sacos.

Todo mundo quer ser discípulo de um ou de outro. Ter diplominha de mago, nome iniciático, aparecer no "Portal de Defesa da Umbanda" do Rubens ou na "Tv Macumba" do Rivas Neto. Sinceramente, tem um meio milhar de indivíduos por ai que se tirar uma fotografia destes dois pelados, aparecem os caras agarrados nos respectivos sacos dos insígnes mestres.

A Umbanda hoje se divide em dois grupos majoritários, por quê não dizer duas tendências: Colégio de Umbanda Sagrada ou Ordem Iniciática do Cruzeiro Divino. Ou vc se bandeia para o lado do Rubens ou do Rivas Neto. É mais ou menos como aquela história do filme "Tropa de Elite", onde o Capitão Nascimento diz: "ou vc se corrompe, ou se omite ou vai à guerra".

Não tem meio termo.

O "teatro de operações" está tão bem definido nesta guerra, que ambos os "generais de umbanda" estão arrebanhando apoio dos mais diversos segmentos umbandistas. Na verdade, o Saraceni já estava fazendo isto há muito mais tempo que o Rivas, por isto que ele teve um crescimento estupendo de seguidores nos últimos anos, deixando o desafeto para trás.

Também pudera.

O Saraceni, desde sempre, pratica o que o Rivas só há pouco tempo começou a pregar: a tal diversidade dentro da Umbanda. Aliás, um conceito tão óbvio, tão evidente, que não consigo imaginar como o Arapiaga não tinha visto isto antes. Mas entenda-se por "diversidade" não esta obviedade tão na nossa cara em termos de pluralidade de ritos e formas de enxergar e praticar a Umbanda, mas sim o conceito da "diversidade do vale-tudo", onde para os dois mestres todo mundo está certo, tudo são flores, o mundo é lindo.

O "vale-tudo" chegou a um ponto, só para o arguto leitor ter uma idéia, do Rubens Saraceni promover um "debate" sobre a entidade que se denomina "Zé Pilintra" e ficar, junto com seus convidados, gritando aos quatro ventos que tal entidade é "santo". Forçou, né? Na rabeira, é lógico, meteram o malho no livro "Lições básicas de Umbanda", de autoria do Rivas, onde o mesmo chama o "Zé Pilintra" de "pilantra" (o que ele tem razão, já que "pilintra" e "pilantra" são a mesmissima coisa...), dentre outras coisas, incluso malhando o culto do catimbó. (o que é verdade... tá lá, escrito "preto no branco")

Pois bem...

Em resposta, na lista do CONUB, me vem um discípulo do Rivas (João Luiz - RJ) dizer que em uma noite de sexta-feira, o Arapiaga convidou alguns de seus discípulos para uma sessão de catimbó, onde cantaram pontos tanto na língua indígena quanto na portuguesa e entoaram "pontos de raiz do Caa-timbó e da Pajelança" (ui...), sendo que momentos depois se iniciou uma "bela homenagem à Encantaria e seus 7 Reinos Sagrados: Canindé, Tigre, Urubá, Juremal, Fundo do Mar, Josafá, Vajucá" (ai...).

Sentiram como a coisa está?

A Umbanda perdeu completamente a identidade nas mãos deste povo. Com todo o respeito que tenho as tradições do Caa-timbó e da Pajelança, assim como ao Candomblé, tais práticas NÃO SÃO UMBANDA. Sendo assim, pergunta o inteligente leitor, por quê esta marmotagem toda, de ficar enfiando Candomblé, Caa-timbó, Pajelança e outros elementos estranhos à Doutrina umbandísticas neste meio?

Chegamos a parte, então, do POR QUÊ do título deste artigo.

O Rubens e o Rivas querem ser reconhecido como "Papas" da Umbanda. Verdade seja dita, né? Então, querem estar bem com todo mundo, massageando o ego dos idiotas e dizendo que cada um faz o que quer e bem entender dentro do que se convencionou chamar de "umbanda". Então, ninguém critica ninguém, faz-se vistas grossas para um monte de bobagens que se vê por ai, e cada dia mais os livros do Saraceni vendem mais, os conselhos e a faculdade criada pelo Rivas se enchem, e está tudo certo. Se a grana tá entrando, não importa que um médium queira receber um caboclo que use um chapéu ornado de frutas, no melhor estilo Carmem Miranda.

Se perguntam sobre uma coisa destas, os mestres respondem: é a forma de apresentação da entidade (Rubens) ou é o grau de consciência do médium (Rivas). Para logo depois questionarem se as mensalidades estão em dia.

Então, na beira destes caras, vêm os discípulos. Na verdade, eles querem ser o Saraceni ou o Rivas, dependendo para qual "general" está a serviço. Mas se enganam aqueles que acham que este bando de "macacos" (referência ao primata imitador) querem ser como eles. Não. Eles só querem ter o que os mestres têm: dinheiro, prestígio e poder.

Então, chegamos, finalmente, ao PARA QUÊ do título.

Um bando de paspalhos (certamente, você que está lendo este artigo é um deles...) se transformam na "tropa de choque" do Rivas e do Saraceni nas listas de discussão com o propósito de galgar mais um degrau do poder e prestígio dentro das organizações das quais fazem parte.

Assim como os Aspirantes Neto e Matias, do filme "Tropa de Elite", resolveram partir para a guerra. Não se corromperam ou omitiram. Partem para a porrada nas listas, em defesa de seus mestres e, não raramente, em virtude desta ousadia, levam processos criminais nas costas para aprender a ser idiotas.

Enquanto isto, os mestres, estão em suas respectivas mansões, conferindo a arrecadação do dia, pouco se importando com a quebradeira e o barraco de seus discípulos na net.

Então, se você que reconhecimento de seres humanos, à vontade. Mas o mais importante, em minha opinião, é o reconhecimento do Astral Superior. Todo médium de Umbanda é um sacerdote, independente de ter um nome iniciático pomposo ou um diploma de mago das velas na parede.

Mas se o que importa á você é o reconhecimento humano, vá até o posto de alistamento mais próximo da OICD ou do Colégio Sagrado de Umbanda e aliste-se.

Afinal de contas, nesta umbanda de mentirinha que estes dois fazem precisa de idiotas para fazer as vezes de soldados, enquanto os "generais" ficam confortavelmente na retaguarda.