No jargão da dramaturgia, há uma expressão utilizada para identificar certos momentos de uma peça teatral, um filme, ou um programa de televisão nos quais atores, deliberadamente, mostram ao público o que os holofotes e as câmeras normalmente não revelam: a fruta de cera sobre a mesa da cozinha do personagem, os segredos do tiro de festim, as armações de madeira do lado de trás das fachadas, etc. Chama-se a isto "desmontar cenário".
Apesar de originário do teatro, este recurso foi usado inúmeras vezes pelo cinema e pela televisão. Hollywood já se viu ao avesso em várias oportunidades, como no filme It Happened in Hollywood (1937), comédia de Harry Lachman sobre os bastidores da maior indústria cinematográfica do mundo. Aqui no Brasil, desde os tempos da extinta TV Tupi, o humorista Renato Aragão tira perucas de figurantes e revela coleções de livros que se resumem a lombadas coladas em armações de madeira, encaixadas em estantes cenográficas. Este, digamos, desnudamento, chega às últimas consequências em programas como Pânico na Tv, da RedeTV!, no qual uma dupla de entrevistadores escracha artistas e desdenha do glamour.
Desmontar o cenário representa, ao mesmo tempo, um desafio e um perigo à arte. No primeiro caso, porque joga sobre o ator ou diretor a responsabilidade de ensinar as mágicas sem tirar delas o encanto - pelo contrário, aumentando ainda mais o fascínio do truque e reforçando-o na mente do público. Porém, há também o perigo de destruir os laços de cumplicidade que se estabelecem entre as partes, uma espécie de acordo tácito no qual a platéia se dispões a desconsiderar seu conhecimento prévio de que tudo é fake, desde que os artistas cumpram a contento sua tarefa de "fingir completamente" e convencer a audiência de que tudo aquilo é um apêndice da realidade.
Quando se considera os movimentos mais recentes da cultura e do dito "movimento umbandista" da atualidade, vemos que hoje, mais do que nunca (como diria o chato apresentador Faustão) estamos presenciando um verdadeiro "demonte de cenários" no meio, no melhor estilo hollywoodiano ou, talvez mais adequado ao caso, no mais autêntico estilo "Os Trapalhões".
Como o aumento do acesso à internet, com todas as suas inovações tecnológicas, permitindo a qualquer um que tenha acesso a um computador com o mínimo de recursos, assim como um conexão de banda larga expor suas idéias, não somente de forma escrita, mas também através de gravações de aúdio e vídeo, o "circo virtual", em especial no meio das religiões afro-brasileiras, tem tomado nuances cômicos de "desmonte". O detalhe é que ao invés de cada trupe desmontar os seus próprios cenários, desmontam os alheios através de podcasts e transmissões de vídeo ao vivo ou até mesmo editadas que insistem, apesar dos perceptíveis cortes, que tudo está se passando naquele momento.
Antigamente, o "desmonte" era feito através das famosas listas de discussões. Com o advento das comunidades virtuais, como o Orkut, começaram então a agir por lá. Agora, com o advento das gravações de aúdio e vídeo, com direito a transmissões "ao vivo" ou gravadas, temos um desmonte high tech, usando a última palavra da comunicação virtual de massa.
Pois bem, estava assistindo o locutório da FTU sobre a "Codificação da Umbanda" (mms://wm01.mediaservices.ws/ftu12-ondemand/locutorio090408.wmv). Na ocasião, houve a posse da primeira diretoria do CONSUB (Conselho Nacional dos Sacerdotes de Umbanda do Brasil) onde pessoas alinhadas com a linha de pensamento da diversidade pregada por Rivas Neto (Mestre Arapiaga ou Pai Rivas), e outros não tão alinhados assim, discutiam sobre a improvável e teratológica "codificação" de nossa Religião.
Não poderia deixar de haver menções veladas, cirurgicamente colocadas, para desmontar as pretensões de Rubens Saraceni (Pai Rubens ou Mestre Mago Rubens) de ser o codificador da Lei de Umbanda, assim como "cutucar a onça", ao citar, como fez Mestre Obashanan, as revelações (criações?!?) o tal "orixá" Ogunitá e um tal "orixá" do pêlos. (Nunca ouvi falar disto... se alguém souber me esclarecer, escreva. :-)
Não deixando barato, o Mago Mestre Rubens Saraceni, em seu "Portal em Defesa da Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros" (http://www.pdu.com.br/locutorio.html), dá uma resposta ao tal locutório, dizendo que apenas escreveu um livro com o nome "Código de Umbanda", sem nenhuma pretensão de ser o seu codificador (apesar de seu pupilo Alexandre Cumino, viver pregando isto por ai...) e, para variar, mete o "malho", de novo, nos escritos de Pai Rivas, em especial na obra "Lições básicas de Umbanda" e, morram de rir, afirma que quem leu um livro dele (Rivas) já leu todos, já que nada de novo escreveu em nenhuma de suas obras.
Então, imediatamente após a divulgação destes vídeos, começa o "quebra pau" nas listas de discussão. E dá-lhe mensagens belicosas, disfarçadas de "críticas construtivas" de ambos os lados.
Perceberam o "desmonte"?
Aliás, esta atitude de criticar as obras de um e outro não vem de hoje. Quem está há mais tempo acompanhado este verdadeiro "telecatch" sobre livros, vai se lembrar do "bafafá" em relação ao "Livro das Energias" de autoria do Sarraceni. Agora vem o Sarraceni usando os escritos de Rivas Neto contra o mesmo.
De todo a forma, é uma VERGONHA, uma verdadeira falta do que fazer, levando-se em consideração que ambos os personagens deste "circo mambembe" são líderes, expoentes dentro da Umbanda, seguidos por centenas, quiça, centenas de milhares de umbandistas, ficam nesta verdadeira picuinha um com o outro.
Seria mais produtivo a ambos os Mestres que unissem forças, se tratassem com respeito e dignidade, sem interesses outros exceto a elevação do Nome da Umbanda, ao invés de ficar neste "desmonte" mútuo dos "cenários" alheios.
A continuar assim, pelo visto, vamos começar a assistir Rubens jogando tortas (ou farofa?) em Rivas, que por sua vez revidará com uma bigorna, balde de água ou outra torta, nos fazendo reviver os melhores momentos de "Os Trapalhões", "Os Três Patetas" e, porque não dizer, "O Pica Pau".
Aguardemos cenas (literalmente) dos próximos capítulos.
Apesar de originário do teatro, este recurso foi usado inúmeras vezes pelo cinema e pela televisão. Hollywood já se viu ao avesso em várias oportunidades, como no filme It Happened in Hollywood (1937), comédia de Harry Lachman sobre os bastidores da maior indústria cinematográfica do mundo. Aqui no Brasil, desde os tempos da extinta TV Tupi, o humorista Renato Aragão tira perucas de figurantes e revela coleções de livros que se resumem a lombadas coladas em armações de madeira, encaixadas em estantes cenográficas. Este, digamos, desnudamento, chega às últimas consequências em programas como Pânico na Tv, da RedeTV!, no qual uma dupla de entrevistadores escracha artistas e desdenha do glamour.
Desmontar o cenário representa, ao mesmo tempo, um desafio e um perigo à arte. No primeiro caso, porque joga sobre o ator ou diretor a responsabilidade de ensinar as mágicas sem tirar delas o encanto - pelo contrário, aumentando ainda mais o fascínio do truque e reforçando-o na mente do público. Porém, há também o perigo de destruir os laços de cumplicidade que se estabelecem entre as partes, uma espécie de acordo tácito no qual a platéia se dispões a desconsiderar seu conhecimento prévio de que tudo é fake, desde que os artistas cumpram a contento sua tarefa de "fingir completamente" e convencer a audiência de que tudo aquilo é um apêndice da realidade.
Quando se considera os movimentos mais recentes da cultura e do dito "movimento umbandista" da atualidade, vemos que hoje, mais do que nunca (como diria o chato apresentador Faustão) estamos presenciando um verdadeiro "demonte de cenários" no meio, no melhor estilo hollywoodiano ou, talvez mais adequado ao caso, no mais autêntico estilo "Os Trapalhões".
Como o aumento do acesso à internet, com todas as suas inovações tecnológicas, permitindo a qualquer um que tenha acesso a um computador com o mínimo de recursos, assim como um conexão de banda larga expor suas idéias, não somente de forma escrita, mas também através de gravações de aúdio e vídeo, o "circo virtual", em especial no meio das religiões afro-brasileiras, tem tomado nuances cômicos de "desmonte". O detalhe é que ao invés de cada trupe desmontar os seus próprios cenários, desmontam os alheios através de podcasts e transmissões de vídeo ao vivo ou até mesmo editadas que insistem, apesar dos perceptíveis cortes, que tudo está se passando naquele momento.
Antigamente, o "desmonte" era feito através das famosas listas de discussões. Com o advento das comunidades virtuais, como o Orkut, começaram então a agir por lá. Agora, com o advento das gravações de aúdio e vídeo, com direito a transmissões "ao vivo" ou gravadas, temos um desmonte high tech, usando a última palavra da comunicação virtual de massa.
Pois bem, estava assistindo o locutório da FTU sobre a "Codificação da Umbanda" (mms://wm01.mediaservices.ws/ftu12-ondemand/locutorio090408.wmv). Na ocasião, houve a posse da primeira diretoria do CONSUB (Conselho Nacional dos Sacerdotes de Umbanda do Brasil) onde pessoas alinhadas com a linha de pensamento da diversidade pregada por Rivas Neto (Mestre Arapiaga ou Pai Rivas), e outros não tão alinhados assim, discutiam sobre a improvável e teratológica "codificação" de nossa Religião.
Não poderia deixar de haver menções veladas, cirurgicamente colocadas, para desmontar as pretensões de Rubens Saraceni (Pai Rubens ou Mestre Mago Rubens) de ser o codificador da Lei de Umbanda, assim como "cutucar a onça", ao citar, como fez Mestre Obashanan, as revelações (criações?!?) o tal "orixá" Ogunitá e um tal "orixá" do pêlos. (Nunca ouvi falar disto... se alguém souber me esclarecer, escreva. :-)
Não deixando barato, o Mago Mestre Rubens Saraceni, em seu "Portal em Defesa da Umbanda e dos Cultos Afro-brasileiros" (http://www.pdu.com.br/locutorio.html), dá uma resposta ao tal locutório, dizendo que apenas escreveu um livro com o nome "Código de Umbanda", sem nenhuma pretensão de ser o seu codificador (apesar de seu pupilo Alexandre Cumino, viver pregando isto por ai...) e, para variar, mete o "malho", de novo, nos escritos de Pai Rivas, em especial na obra "Lições básicas de Umbanda" e, morram de rir, afirma que quem leu um livro dele (Rivas) já leu todos, já que nada de novo escreveu em nenhuma de suas obras.
Então, imediatamente após a divulgação destes vídeos, começa o "quebra pau" nas listas de discussão. E dá-lhe mensagens belicosas, disfarçadas de "críticas construtivas" de ambos os lados.
Perceberam o "desmonte"?
Aliás, esta atitude de criticar as obras de um e outro não vem de hoje. Quem está há mais tempo acompanhado este verdadeiro "telecatch" sobre livros, vai se lembrar do "bafafá" em relação ao "Livro das Energias" de autoria do Sarraceni. Agora vem o Sarraceni usando os escritos de Rivas Neto contra o mesmo.
De todo a forma, é uma VERGONHA, uma verdadeira falta do que fazer, levando-se em consideração que ambos os personagens deste "circo mambembe" são líderes, expoentes dentro da Umbanda, seguidos por centenas, quiça, centenas de milhares de umbandistas, ficam nesta verdadeira picuinha um com o outro.
Seria mais produtivo a ambos os Mestres que unissem forças, se tratassem com respeito e dignidade, sem interesses outros exceto a elevação do Nome da Umbanda, ao invés de ficar neste "desmonte" mútuo dos "cenários" alheios.
A continuar assim, pelo visto, vamos começar a assistir Rubens jogando tortas (ou farofa?) em Rivas, que por sua vez revidará com uma bigorna, balde de água ou outra torta, nos fazendo reviver os melhores momentos de "Os Trapalhões", "Os Três Patetas" e, porque não dizer, "O Pica Pau".
Aguardemos cenas (literalmente) dos próximos capítulos.