quinta-feira, julho 01, 2010

TERREIRO INVADIDO PELA PM

Não havia de minha parte intenção de voltar a escrever neste blog, já que, como dito na última postagem, estou envolvido com outros projetos, o que não quer dizer que deixei de ser umbandista.

De toda forma, a notícia que recebi através do twitter do Ricardo Barreira (@ricardobarreira), sobre a invasão de um Terreiro de Umbanda pela PM de Santa Catarina, me impulsionou a escrever novamente algumas linhas sobre o mal fadado "Movimento Umbandista".

Antes disto, porém, vamos falar um pouco sobre a ação desastrosa da PM no episódio.

A conduta dos militares, além de ILEGAL em todos os aspectos, foi uma demonstração clara de preconceito religioso, truculência e despreparo da Polícia Militar de Santa Catarina. A justifictiva apresentada pela PM de que invadiu porque não foi atendida e que isto foi necessário para "confirmar o flagrante", além de ABSURDA, é RISÍVEL.

ABSURDA porque, no que pese a alegação de perturbação do sossego, que é uma contravenção e não crime, a polícia não pode invadir nenhum local sem ordem judicial, exceção feita no caso em que os milicianos estejam CERTOS da ocorrência de CRIME em andamento ou para salvaguardar a vida humana.

Desncessário dizer que o caso em questão não se enquadram nas exceções.

Outro aspecto legal que deve ser questionado é: existe uma "Lei do Silêncio" em Jaraguá do Sul? Se não houver, convenhamos que um culto que se estende até às 22:30 horas está dentro do razoável. Quem já não teve de aturar festas de vizinhos que viram madrugada com música e conversa alta? Será que a PMSC invadiria uma festa, com um contigente tático, da mesma forma que fez com o Terreiro de Umbanda? Os incomodados vizinhos do Terreiro, seriam tão diligentes em chamar a polícia para acabar com aquela festa de aniversário de um de seus vizinhos?

Perguntas que, certamente, não terão respostas, já que o que ocasionou todo este lamentável episódio foi o preconceito dos vizinhos do Terreiro e dos policiais militares. Simples assim.

Aliás, um preconceito burro, estúpido, criminoso, de todas as partes envolvidas, desde os vizinhos até o comando da Polícia Militar de Santa Catarina que permitiu uma nota de esclarecimento absurda, sem noção mesmo, como a que divulgou.

Estranheza maior ainda, causa a inércia dos "orgão de cúpula" do Movimento Umbandista frente a estes atos preconceituosos e discriminatórios. Alguma federação, associação, conselho, ous eja lá o nome que dão para estas instituições que se dizem representativas (mas sabem bem qual é o verdadeiro interesse por detrás delas...) irão acompanhar o desfecho deste caso? Qual destes "orgãos" meterá a mão no bolso para contratar um advogado e acompanhar a sindicância, o inquérito, o processo.. seja lá o que for?

Eu mesmo respondo: NENHUM.

Estes orgãos, em sua maioria (e vista a carapuça quem quiser...), objetivam nada mais do que projetar seus líderes dentro da comunidade umbandista, afim de arrecadar dinheiro, conquistar poder e influência, mas sem nenhuma atitude prática e concreta. A maioria das federações, associações e, principalmente, alguns "conselhos" que surgiram de um tempo para cá, nada mais são do que poderosas máquinas de propaganda em favor do egos de uns e outros.

É nesta hora que os "tans", "shans", "piagas" (ou serão "piadas") deveriam sair dos seus feudos, de suas roupas de linho, parar de se esconder atrás de listas de discussão e fazer algo de concreto em relação a este tipo de ocorrência.

Os "paladinos da umbanda" do orkut, aqueles que se acham no direito de caluniar e difamar, que se dizerm "defensores da religião", deveriam, igualmente, largar da covardia que lhe é peculiar e ir à luta para fazer algo pela religião de veradade, ao invés de ficarem como lavadeiras fofoqueiras em sites de relacionamentos.

Enfim, larguem desta postura virtual, falsa, corrupta, fingida de "defensores da umbanda" e façam, realmente, alguma coisa em pró da religião, corja.