terça-feira, abril 14, 2009

CANSADO DE FALAR DE UMBANDA

Como faço todas as manhãs, estava lendo as últimas notícias do mundo, vendo as novidades nos blogs que sigo e disponibilizo aqui para os meus leitores. Deparei-me com o texto "Estou cansado de falar de Umbanda!" de autoria do confrade Edenilson Francisco, onde o mesmo expõe seu desânimo com os rumos que o movimento umbandista tomou nos últimos tempos, em especial no meio virtual.

Confesso que também ando cansado de falar sobre Umbanda e tenho sido exortado por alguns filhos-de-santé para deixar isto tudo de lado e começar a escrever neste blog sobre doutrina. Um dos meus mais diletos discípulos (e grande amigo, diga-se de passagem) até mesmo chegou a aconselhar que eu me omita frente a este estado de coisas em que se encontra a "Banda" e deixe de apontar a hipocrisia de "mestres" e "discípulos", desta turminha que insiste em dizer que quer dignificar a Umbanda mas na verdade querem apenas dignificar à si próprios e aos seus bolsos.

Estou nesta jihad há onze anos.

Sempre me opus aos desmandos e absurdos deste bando de lobos em peles de cordeiros que assolam o movimento umbandista, com suas conversas moles, seus "comunicados", "pronunciamentos", "notícias alvissareiras" e "boas intenções". Conheço esta corja de perto e sei bem do que são capazes quando querem destruir alguém: calúnias, injúrias, ameaças, intimidações, humilhações, difamação. Sei do que estou falando porque senti (e sinto) isto na pele.

Em uma guerra temos três opções: omissão, corrupção ou luta.

Não duvido que seja por conta das atitudes ilegais e socialmente reprováveis, típicas dos "senhores da banda", que existam poucos umbandistas que ousam escrever e se posicionar contra seus desmandos, promessas vazias e cultos a personalidades. A omissão só pode vir de três fatores: desinteresse, medo ou conveniência. Como nenhum deles se aplica à mim, não posso me omitir.

Já tentaram comprar minha consciência com cargos, títulos, "confirmações de iniciações", edição de livros, dentre outra benesses. Não aceitei. Minha consciência e minha fé não têm preço. Assim como aconteceu com uns e outros que venderam sua consciência e a sua "coroa" por conta de edições de livros e "menções honrosas" em listas, jornalecos e similares, não vou dormir sendo contrário a uma coisa e acordar sendo a seu favor, apenas para ter facilidades e honrarias no meio. A corrupção, portanto, também não me atinge.

Como bom filho de Xangô (e mineiro...) dou boi para não entrar em briga e boiadas inteiras, com direito a fazenda de "porteira fechada" para não sair dela. Não tenho medo de ameaças de força de encruza, nome aos pés de "exus" (kiumbas), de fofocas e difamações. Há dez anos tentam me derrubar e continuo de pé, sejam pelas demandas enviadas pelos "poderosos mestres" ou por aqueles seus puxa-sacos.

Particularmente, escolhi a LUTA.

Não importa que eu seja uma voz solitária neste deserto de consciência que se tornou o movimento umbandista, salvo raras exceções e, dentre elas, incluo os autores do blog "Umbanda - Aprecie com Moderação". De uma forma menos belicosa e direta que eu, eles têm dignificado a Umbanda alertando, com textos muito significativos, sobre a ladeira em que se encontra a nossa religião.

Como muito bem colocaram, e com eles faço coro:

Enquanto se fala e falo de Umbanda, a Umbanda mesmo está acontecendo em lugares onde os luminares e guerreiros não alcançam. É assim que sinto, cada vez que percebo que todo o discurso, toda a encheção e linguiça prá motivar os "irmãos" a se unirem, deixam de fazer efeito qdo um Preto Velho, um Caboclo eleva uma preçe ao Senhor da Vida. Mesmo um Exu ao pedir forças prá desmanchar uma mandinga braba.

De toda forma, continuo na GUERRA e espero que eles também.

Afinal de contas, como dizia Guimarães Rosa, a vida também é para ser lida
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