terça-feira, janeiro 27, 2009

UMA DOENÇA CHAMADA FANATISMO CRISTÃO

As questões em torno de fanáticos religiosos resumem-se nisto: o ego, a vaidade, a ilusão de ter um contato único (e exclusivo) com o que chamam de “Deus” não os permite analisar absolutamente nada com imparcialidade a partir de um ponto neutro.

Venho de uma família de evangélicos, inclusive, como já escrevi aqui, fui um deles.

Não faz muito tempo discutia com a minha sobrinha exatamente sobre as questões contraditórias da Bíblia, assim como os erros científicos que ela apresenta, e perguntei como ficaria a sua fé caso a ciência comprovasse, por “a+b”, que tudo aquilo não passava de mito, de algo que um povo do deserto inventou para se manter com alguma esperança. Recebi como resposta que mesmo assim continuaria acreditando.

Para os judeus, e por extensão para os cristãos, D-us criou o universo há apenas 5.769 anos. Já expliquei uma vez, e faço de novo: o ano judaico se baseia na criação do universo. O primeiro dia da criação (7 de outubro do ano 3761 antes da Era Comum — o que, segundo os historiadores, é o dia 1º de Tishrei), ou seja, o “Fiat lux”, é a data de partida para a contagem do tempo, não somente do ano vulgar mas também do surgimento do próprio universo.

Para eles o mundo começou tempos depois do que a ciência chama de “Revolução Neolítica”, onde o homem já plantava, cuidava de animais e tudo mais. Apenas para pontuar o absurdo desta crença, em 6.000 a.C o homem já produzia cerâmica. Mas para os judeus e evangélicos, Adão e Eva estavam saltitando pelados pelo jardim do Éden.

Dentro de uma visão científica, eu poderia apontar diversos outros erros bíblicos aqui, mas este simples erro de calendário já demonstra que o “credo” deste povo em relação à não haver erros e/ou contradições na Bíblia é furado.

Sinceramente, acredito que o fundamentalismo cristão é tão ou mais perigoso do que o islâmico.

O primeiro tenta dominar a sociedade através de dogmas, falsos preceitos morais e sociais, se embrenhado no poder, contaminando a democracia com a sua visão distorcida, bases pseudo-científicas (vide a questão da tentativa de proibir o ensino da Teoria da Evolução nas escolas dos EUA...) e pseudo-moralistas (homossexualidade, sexo antes do casamento e até mesmo posições ou práticas sexuais como sexo oral e anal). O segundo é menos sutil m seus intentos, usando da luta armada e do terror para conseguir o mesm o domínio que os cristãos querem. A diferença entre um e outro é apenas o livro sagrado.

No excelente documentário “The Root of Evil – God Delusion” e a sua continuação “The Virus of Faith”, podemos ver os absurdos que cristãos, judeus e muçulmanos ensinam à suas crianças e como se fabricam fanáticos com viseiras científicas, morais e sociais. Na segunda parte deste documentário, apresentado pelo professor da Universidade de Oxford, Richard Dawkins, um fundamentalista cristão defende a idéia de que, como a bíblia determina, o Estado passe a condenar à morte os adúlteros. =/

Em verdade, o texto vetero-testamentário demonstra absoluto desrespeito à vida humana, sendo que o simples ato de desatar um nó no sábado, seja por qual motivo fosse, era o suficiente para ser condenado à morte. A narrativa está cheia de genocídio, infanticídio, luxúria, mentira e ordenanças tão estúpidas e ilógicas, tudo da autoria de “Deus”, que fico imaginando como seria um livro semelhante escrito pelo tal “diabo”. O deus bíblico manda matar com uma facilidade tão grande, dizimar povos inteiros, tomar terras e promover limpeza étnica com uma naturalidade que espanta.

Perceba que os evangélicos acreditam que exista uma conspiração maçônica/illuminati/luciferiana/satânica para a dominação do mundo (vide o péssimo site "Espada do Espírito") em tudo que lê.

Mas esquecem que a maioria da riqueza mundial está nas mãos de judeus, em especial aqueles radicados nos EUA (por isto este país vive defendendo Israel), que o povo hebreu, que seria o “escolhido de Deus” dizimou vários povos para chegar à Canaã, que a Bíblia está cheia de violência, imoralidades e outras praticas em nome e por ordem deste “Deus”, mas não se importam com isto. Por outro lado, vivem buscando com lupa qualquer palavra de violência, dominação e imoralidade nos textos de outras religiões e Ordens iniciáticas.

São FANÁTICOS e HIPÓCRITAS.

O raciocínio é simples: tudo que eles acreditam, incluso a Bíblia, vem de “Deus”, portanto genocídio, infanticídio e atitudes imorais dos grandes personagens bíblicos, incluso Abraão, Moisés, Davi, etc, estão justificadas. Se dentro de suas congregações descobrirem que um irmão usou de algum ardil para se deitar com a mulher de outro, ele é expulso. Davi manda Urias para a frente de batalha mais ferrenha, esperando que ele morresse para que pudesse dormir com a viúva e é considerado um grande homem de “Deus”.

Os evangélicos são tão hipócritas, que como se não bastassem ter tomado para si a propriedade sobre D-us, querem também exclusividade sobre todo ato obsceno, imoral, injusto, sangrento e belicoso da divindade bíblica. Nenhum outro livro ou doutrina pode ter matanças, sexo ilícito, ou dominação social, porque seria coisa do diabo.

Só no deles tais barbáries são coisas de "deus" e, por isto, plenamente aceitáveis.