terça-feira, julho 01, 2008

BABALORIXÁ CARLOS BUBY: EXEMPLO A SER SEGUIDO.

Hoje, não sei ao certo o motivo, lembrei-me do Babalorixá Carlos Buby, líder do Templo de Umbanda Caboclo Guaracy e, como sempre usei o fiel google para as minhas pesquisas. Então descobri o vídeo "Feiticeiros Negros" e verifiquei que era de autoria do mesmo.

Assisti ao vídeo várias vezes. Por alguns momentos simplesmente fechei os olhos e deixei-me levar pela melodia e, de repente, descobri que esta é uma daquelas músicas que não saem de nossas cabeças e que ficarei cantarolando por alguns dias.

Todavia, não é sobre a música que quero discorrer neste texto e sim sobre a atitude de Carlos Buby e os seus seguidores, os chamados "Guaracyanos", em relação ao atual estado de coisas do movimento umbandista.

Lembro-me de ter lido algo sobre Carlos Buby na Revista Planeta, isto por volta de 1986, ano de início da minha caminhada no seio umbandista. Era uma edição especial sobre Umbanda e Candomblé onde ele, assim como outros expoentes da religião, como nosso avó-de-santé Matta e Silva, tinham textos ali publicados.

Ele discorria sobre a doutrina praticada em seu Templo, de uma história sobre a passagem do Caboclo Guaracy pela Terra. Sinceramente, até hoje, nunca havia dado muita atenção ao Templo Guaracy e à Carlos Buby, porque, para mim, ele era um religioso à parte do Movimento Umbandista. Ou seja, imaginava que ele havia se "fechado em copas", tocava a sua Umbanda e ponto final.

Lêdo engano de minha parte.

Quando saiu a reportagem sobre ele na Revista Época (que eu comento neste link), comecei a perceber a grandiosa obra que este Babalorixá vinha fazendo. De forma discreta, sem conchavos, politicagem ou orgãos reguladores ou representativos, Carlos Buby levou a Umbanda do guêto para a zona sul, tornando possível que a empregada doméstica e o grande empresário compartilhassem o mesmo banco dentro do Templo Guaracy, unidos pelo um ideal comum.

Personalidades do mundo artístico e político, pessoas conhecidas e anônimas, não somente aqui no Brasil mas também em outros países, conhecem a Umbanda pregada e propagada pelo Caboclo Guaracy.

No que pese minhas discordâncias quanto aos aspectos doutrinários e ritualísticos ali pregados, é inconsteste que ele fez (e faz) mais pela Umbanda do que alguns "mestres" que mantêm seus filhos-de-santé em listas de discussões e outras comunidades virtuais, assim com sites apócrifos ou não, para atacar seus desafetos, com o único objetivo de caluniar, difamar, injuriar, enfim, agredir àqueles que não coadunam com suas idéias em busca, repito, de um improvável controle da Religião.

Carlos Buby, e até onde sei, nenhum outro "Guaracyano", está ligado à conselhos, federações, ordens ou seja lá o que for. Não vemos seus seguidores trocando farpas, acusações e ofensas em listas de discussões, ou se arvorando de "defensor", "guerreiro do axé", "yamunisiddha", ou "mestre" da "magia disto ou daquilo".


Ele e seus seguidores simplesmente FAZEM.

Quando a comunidade afro-brasileira chega a ter notícia dele, sempre são agradáveis, dignas, significativas para a Umbanda, diferente das eternas arruaças que vemos por parte de outros supostos líderes do meio.

Enfim, Carlos Buby e seus "Guaracyanos" dão um exemplo que deveria ser seguido por todos os demais Umbandistas, eu incluso, de simplesmente viver, sentir e respirar a Umbanda conforme nossos Guias e Protetores nos ensinam.

Nada de guerras teológicas e doutrinárias. Nada de egos inflados e, principalmente, aceitarmos que todos somos eternos aprendizes, independente do título que carregamos.