Acredito que todo mundo já tenha ouvido a palavra sacerdócio sendo usada como sinônimo de seriedade, compromisso e responsabilidade extrema em relação a um encargo que é exercido por alguém.
Isto tem origem exatamente na crença que um sacerdote deve ser aplicado, metódico, comprometido e responsável com as suas funções religiosas. Afinal de contas, ele é o pontifex, a "ponte" entre a divindade e os seres humanos, portanto compromissado com uma força superior vital para a sua comunidade.
Nas religiões cristãs tradicionais não deveria haver a figura do sacerdote, visto que com o Sacrifício Vicário de Jesus, o Cristo, o Véu do Templo (que representava a separação entre Deus e os homens) se rasgou, passando haver uma comunhão plena entre divindades e humanos, tendo a partir daquele momento o Rabi da Galiléia a função de Sumo-Sacerdote. Mesmo assim, vemos que a assim chamada "visão sacerdotal" permanece no meio católico e protestante, com seus papas, cardeais, bispos, padres e pastores.
Na organização social das civilizações antigas, e até mesmo em alguma modernas, como é o caso das teocracias budistas e islâmicas, os sacerdotes eram (são) a classe dominante, sendo o verdadeiro governo por detrás dos reis, princípes, vizires, etc.
A lógica para tamanho poder político é simples: sendo eles "escolhidos" pela divindade como intermediários, estavam aptos a interpretar os sinais divinos e assim aconselhar os governantes. Não é por acaso que a realeza era coroada e ratificada pela casta sacerdotal, já que o monarca que recebia a coroa das mãos do Sumo-Sacerdote tinha a sua escolha e governo legitimados pela divindade.
A figura do sacerdote dentro das religiões anímicas, dentre elas todas aquelas de matriz africana, é uma constante.
Especificamente dentro da Umbanda, temos a figura do "Chefe de Terreiro", "Babalorixá", "Mestre", "Morubixaba", e várias outras denominações conforme a doutrina que a Casa de culto segue. Em geral a formação leva sete anos, período onde o adepto se aprofunda nas particularidades da doutrina, assim como cumpre suas obrigações com seus Orixás, Guias e Protetores.
Particularmente, tenho o entendimento que todo e qualquer médium de fato e de direito, independente da formação, em sentido stricto sensu, é um sacerdote. Através da mediunidade é que o Astral se manifesta e nos orienta, portanto não há motivo para não considerar qualquer médium assim, visto ser a "ponte" (pontifex) entre o mundo visível e invisível.
Mas quando se trata de PODER, de status, a maioria das pessoas não têm uma visão tão, digamos, liberal. Estar à frente de uma congregação, ser portador de um título pomposo (ex. "yamunisiddha"), ser o líder, não é algo que esteja ao alcance de qualquer um. Deve-se ter, de acordo com alguns beócios de plantão, "origem", "reconhecimento", "linhagem"...
Pois bem...
As perguntas que sempre me fizeram perder o sono são: quem 'fez' o primeiro Babalorixá? Quem foi o iniciador HUMANO, por exemplo, de W.W. da Matta e Silva, de Zélio de Moraes, de Benjamin Figueiredo?
Estas e outras perguntas serão respondidas na sequência desta série de artigos.
Isto tem origem exatamente na crença que um sacerdote deve ser aplicado, metódico, comprometido e responsável com as suas funções religiosas. Afinal de contas, ele é o pontifex, a "ponte" entre a divindade e os seres humanos, portanto compromissado com uma força superior vital para a sua comunidade.
Nas religiões cristãs tradicionais não deveria haver a figura do sacerdote, visto que com o Sacrifício Vicário de Jesus, o Cristo, o Véu do Templo (que representava a separação entre Deus e os homens) se rasgou, passando haver uma comunhão plena entre divindades e humanos, tendo a partir daquele momento o Rabi da Galiléia a função de Sumo-Sacerdote. Mesmo assim, vemos que a assim chamada "visão sacerdotal" permanece no meio católico e protestante, com seus papas, cardeais, bispos, padres e pastores.
Na organização social das civilizações antigas, e até mesmo em alguma modernas, como é o caso das teocracias budistas e islâmicas, os sacerdotes eram (são) a classe dominante, sendo o verdadeiro governo por detrás dos reis, princípes, vizires, etc.
A lógica para tamanho poder político é simples: sendo eles "escolhidos" pela divindade como intermediários, estavam aptos a interpretar os sinais divinos e assim aconselhar os governantes. Não é por acaso que a realeza era coroada e ratificada pela casta sacerdotal, já que o monarca que recebia a coroa das mãos do Sumo-Sacerdote tinha a sua escolha e governo legitimados pela divindade.
A figura do sacerdote dentro das religiões anímicas, dentre elas todas aquelas de matriz africana, é uma constante.
Especificamente dentro da Umbanda, temos a figura do "Chefe de Terreiro", "Babalorixá", "Mestre", "Morubixaba", e várias outras denominações conforme a doutrina que a Casa de culto segue. Em geral a formação leva sete anos, período onde o adepto se aprofunda nas particularidades da doutrina, assim como cumpre suas obrigações com seus Orixás, Guias e Protetores.
Particularmente, tenho o entendimento que todo e qualquer médium de fato e de direito, independente da formação, em sentido stricto sensu, é um sacerdote. Através da mediunidade é que o Astral se manifesta e nos orienta, portanto não há motivo para não considerar qualquer médium assim, visto ser a "ponte" (pontifex) entre o mundo visível e invisível.
Mas quando se trata de PODER, de status, a maioria das pessoas não têm uma visão tão, digamos, liberal. Estar à frente de uma congregação, ser portador de um título pomposo (ex. "yamunisiddha"), ser o líder, não é algo que esteja ao alcance de qualquer um. Deve-se ter, de acordo com alguns beócios de plantão, "origem", "reconhecimento", "linhagem"...
Pois bem...
As perguntas que sempre me fizeram perder o sono são: quem 'fez' o primeiro Babalorixá? Quem foi o iniciador HUMANO, por exemplo, de W.W. da Matta e Silva, de Zélio de Moraes, de Benjamin Figueiredo?
Estas e outras perguntas serão respondidas na sequência desta série de artigos.